A segunda vitória do ciclista norueguês Alexander Kristoff nesta Volta a França representou o fim do sonho do neozelandês Jack Bauer, que andou quase 220 quilómetros em fuga, e acabou apanhado a 50 metros da meta. Rui Costa manteve o 13º lugar.
No sprint final, o corredor da Katusha ultrapassou, sem dó nem piedade, o ciclista da Garmin-Sharp, o último dos resistentes da fuga de 220 quilómetros que também incluiu Martin Elmiger (IAM Cycling), para celebrar o seu segundo triunfo no 101º Tour, na frente de um pelotão onde seguiam o líder Vincenzo Nibali (Astana) e o português Rui Costa (Lampre-Merida).
«O Thor Hushovd [o último grande sprinter norueguês mandou-me uma sms a dizer que ainda me faltava oito [vitórias] para alcançá-lo. Ainda falta muito e não penso em chegar lá. Nunca pensei ganhar duas vezes neste Tour», reconheceu o feliz vencedor, satisfeito com a melhor época da sua carreira.
Agora, Kristoff, de 27 anos, começa a sonhar um pouco mais alto, aproveitando o cansaço que sente nos alemães Marcel Kittel e André Greipel: «Se ganhasse nos Campos Elíseos, o meu Tour seria perfeito».
Ultrapassadas as tortuosas jornadas alpinas, os 171 ciclistas resistentes encararam os 222 quilómetros entre Tallard e Nimes como um prenúncio do segundo dia de descanso, marcado para segunda-feira. Por isso, ninguém reagiu quando Martin Elmiger e Jack Bauer saltaram o pelotão, percorridos apenas cinco quilómetros.
Durante mais de 200 quilómetros, o duo da frente foi deixado à sua sorte, contra a chuva e o vento, num esforço inglório, já que os seis minutos de que chegaram a dispor esfumaram-se quando as equipas dos sprinters, nomeadamente a Giant-Shimano de Marcel Kittel e a Lotto-Belisol de André Greipel, começaram a trabalhar na perseguição.
Desaparecido nas montanhas, Michal Kwiatkowski (Omega Pharma-Quickstep) ainda tentou sair do pelotão, já dentro dos derradeiros 20 quilómetros, mas foi apanhado pelos comboios bem oleados dos sprinters, que anularam a fuga do dia a meros 100 metros da meta, quando o risco já estava à vista, depois de uma grande desorganização na parte final.
Com o público a celebrá-lo, Jack Bauer, o último dos fugitivos a resistir, esteve a 50 metros da sua primeira vitória como profissional, mas acabou lavado em lágrimas, porque Alexander Kristoff esteve, mais uma vez, imparável, parando o cronómetro em 4:56.43 horas e estabelecendo a média em 44,9 km/h.
O português Rui Costa, campeão do mundo, chegou confortavelmente no pelotão e pode assistir à tentativa de sprint do seu colega e amigo, o campeão nacional Nelson Oliveira, que foi 18º na tirada.
A Volta a França regressa na terça-feira, nos Pirenéus, na 16ª etapa, uma maratona de 237,5 quilómetros entre Carcassonne e Bagnères-de-Luchon, sem chegadas no alto, mas com uma descida de 20 quilómetros.