Paulo Macedo garantiu hoje que Portugal está preparado para lidar com o aparecimento de casos de Ébola, durante um exercício em que o INEM testou os procedimentos e os equipamentos específicos para fazer face a esta infeção.
O simulacro decorreu no aeródromo de Cascais e consistiu na chegada e desembarque de uma mulher de 28 anos, que estava na Serra Leoa, transportada numa espécie de casulo - câmara de pressão negativa - sem risco para a tripulação e para quem vai contactar com a estrutura.
Com o apoio de uma equipa de três técnicos de emergência, um médico e um enfermeiro equipados com fatos adequados e formação específica para lidar com estes casos, a vítima encaminhada para uma ambulância e posteriormente transportada para o Hospital Curry Cabral, a unidade de referência para o ébola, em Lisboa.
O ministro da Saúde, Paulo Macedo, que acompanhou a operação juntamente com o diretor-geral de Saúde, Francisco George, garantiu que os portugueses «podem ter confiança» no dispositivo montado, na prevenção que está a ser feita, na ligação com a Organização Mundial de Saúde, em termos de instruções globais, nos equipamentos e no transporte de eventuais doentes, nos hospitais e em toda a parte de resposta laboratorial e de coordenação que está a ser feita.
«Uma mensagem de confiança e de estarmos preparados para casos que possam ocorrer», sublinhou Paulo Macedo.
Especificamente sobre os hospitais, referiu terem «meios suficientes», lembrando que o tratamento está centralizado em três unidades - São João (Porto), Estefânia e Curry Cabral - todos com condições de tratamento e de isolamento, em quartos de pressão negativa.
«Temos feito alguns ensaios e esta é apenas uma demonstração dos meios específicos adquiridos pelo INEM, um equipamento que permite o isolamento total e que pode ser usado no caso do ébola mas também nos casos de outras doenças infecciosas como a tuberculose multirresistente», acrescentou.
O presidente do INEM, Major Paulo Campos, explicou que o instituto está preparado para receber eventuais doentes, «apesar da baixa probabilidade de isso acontecer», ou de ter que ir para fora do território repatriar portugueses que estejam fora e precisem de usar este tipo de equipamento.
Paulo Campos especificou que será sempre uma equipa com dois técnicos e se a gravidade do doente assim o exigir, irá uma equipa de médico e enfermeiro.