Economia

Bruxelas pede entendimentos políticos alargados em Portugal

Reuters

A Comissão Europeia defende que o país precisa urgentemente de uma estratégia de médio prazo para o crescimento sustentável da economia. Bruxelas diz ainda que meta do défice de 2015 só é alcançada com medidas adicionais.

Para a Comissão Europeia, Portugal até pode atingir 4 por cento de défice este ano, mas existem riscos, muitos e elevados.

No relatório sobre o Programa de Ajustamento Económico e Financeiro (PAEF), a que a Lusa teve acesso e que será divulgado hoje, Bruxelas alerta para a possibilidade de as receitas serem mais baixas do que o previsto e as despesas socias mais altas.

A isto junta-se o aumento dos consumos intermédios, das despesas com pessoal e investimento que estão previstos no segundo Orçamento Retificativo. A Comissão explica que, perante este cenário, o défice pode atingir, no final do ano 7,5 por cento.

Para dar a volta, Portugal precisa urgentemente de uma estratégia credível e de médio prazo para um crescimento sustentável da economia. Uma estratégia que, segundo Bruxelas, exige um entendimento político alargado.

Sobre o futuro próximo do país, a avaliação é positiva, mas moderada. O programa da troika criou bases para o regresso a um crescimento sustentável, no entanto, a economia permance vulnerável e exige mais consolidação das contas públicas.

Quanto a 2015, em concreto, a Comissão Europeia considera o Orçamento do Estado tem de incluir medidas adicionais, pois só assim será possível substituir as que foram chumbadas pelo Tribunal Constitucional.

Sem isto, a meta de 2,5% fica em risco. A esta necessidade pode juntar-se uma outra: Bruxelas avisa que o Governo deve estar preparado para adotar novas medidas caso a evolução da economia não corra como previsto.