Depois de pela manhã Teixeira dos Santos ter dito que a medida de resolução aplicada ao banco tem de ter sido tomada com o envolvimento do Governo, Maria Luís Albuquerque diz que não foi ela quem tomou a decisão, mas que concorda com ela.
A ministra das Finanças assegurou hoje que a decisão de aplicar a medida de resolução ao BES foi do Banco de Portugal, como determina a lei, mas realçou que esta é a solução que melhor protege o interesse dos contribuintes.
«Não fui eu que tomei a decisão, mas concordo com ela», realçou Maria Luís Albuquerque na sua audição na comissão de inquérito parlamentar à gestão do Banco Espírito Santo (BES) e do Grupo Espírito Santo (GES).
Segundo a governante, atualmente, nestes casos, existem três possibilidades: resolução, recapitalização pública e liquidação.
A estas, soma-se a possibilidade de nacionalização, um «direito soberano» do Estado que podia ter sido acionado, segundo a ministra, caso fosse considerado o cenário mais vantajoso.
«Perante o facto de terem sido criadas outras formas de intervenção pública, não faria qualquer sentido uma solução dessa natureza devido ao ónus que implicava para os contribuintes», realçou Maria Luís Albuquerque.
Na audição na Assembleia da República, a ministra afastou entretanto qualquer cenário de injeção de capital do Estado no grupo Espírito Santo. Maria Luís Albuquerque diz que isso «está completamente fora de questão», sublinhando que «há múltiplas empresas neste país que infelizmente vão à falência e o Estado não intervém para salvar essas empresas, faz parte do risco do negócio».