A IX Convenção Nacional do Bloco de Esquerda começa este sábado com um debate sobre as opções para os próximos dois anos e uma disputa inédita pela liderança entre Pedro Filipe Soares e os atuais coordenadores, João Semedo e Catarina Martins.
A Convenção Nacional do Bloco de Esquerda pode ditar uma mudança na liderança do partido e, pela primeira vez, coloca frente a frente duas moções opostas subscritas por membros da direção do partido.
A moção E, "Bloco plural, fator de viragem", encabeçada por Pedro Filipe Soares desafia a "Moção unitária em construção", subscrita plos atuais coordenadores, João Semedo e Catarina Martins, que acusam o líder parlamentar bloquista de querer aproximar o Bloco à ação sindical e que defendem que o caminho para os próximos dois anos deve continuar a passar pelo que consideram ser a irreverência.
Depois da queda eleitoral nas autárquicas e nas europeias, Catarina Martins diz que não é tempo de recuar. Para a coordenadora do Bloco de Esquerda, apesar das críticas internas à atual direcção, o caminho deve ser o ataque e não a defesa que, entende a coordenadora, é o objetivo da moção liderada por Pedro Filipe Soares.
Catarina Martins admite, no entanto, que nos últimos dois anos houve «alguns erros» e dificuldades de mobilização do eleitorado por parte dos bloquistas. Erros que Pedro Filipe Soares, subscritor do texto que desafia a atual direção não quer ver repetidos.
Diferenças e divergências que, entendem os dirigentes das duas moções, não vão beliscar a unidade interna no dia seguinte à convenção.
Na eleição dos delegados à Convenção Nacional, que decorreu no fim de semana passado, a moção E, "Bloco plural, fator de viragem", encabeçada por Pedro Filipe Soares, elegeu 262 delegados. Já o segundo texto mais votado, "Moção unitária em construção", de João Semedo e Catarina Martins, conseguiu um total de 256 delegados.