Política

António Costa quer maioria absoluta para evitar «empastelamento»

Lusa/Mário Cruz

«Não podemos viver em instabilidade e com o país paralisado. Não podemos passar o tempo a tomar medidas contraditórias». António Costa quer governar sozinho. A distância que quer vincar está «nas políticas».

O novo secretário-geral do PS diz que os socialistas não vão «ajudar» os partidos à sua esquerda a manterem-se no «protesto», mas chamá-los para «a solução», recusando totalmente um entendimento à direita, quaisquer que sejam os protagonistas.

«Não contarão com o PS para vos ajudar a manterem-se na posição cómoda de ficarem só pelo protesto e não virem também trabalhar para a solução», afirmou, referindo-se a PCP e BE, tendo também recusado que o «arco da governabilidade» se cinja aos partidos que já têm representação parlamentar, nomeando o LIVRE, enquanto agente que quer romper o «mito da incomunicabilidade da esquerda».

No encerramento do XX Congresso do PS, António Costa reiterou o desejo por uma maioria absoluta e sublinhou que «não é possível ser alternativa às atuais políticas com quem quer precisamente prosseguir as atuais políticas» e frisou que essa recusa «não é um problema de nomes» dos protagonistas, mas «um problema de políticas».

«O pior que pode acontecer para uma democracia é quando se gera um enorme empastelamento, quando existe um pântano no qual ninguém se diferencia, em que tudo é farinha do mesmo saco, e em que não conseguimos distinguir o que é que uns propõem do que os outros propõem», argumentou.

Para António Costa, «quando há esta confusão» o que se alimenta não é a democracia, mas «os extremismos, os radicalismos, que são, esses sim, uma ameaça à democracia».

«Não é possível ser alternativa às atuais políticas com quem quer precisamente prosseguir as atuais políticas», afirmou, sublinhando que aquilo que o país e os portugueses esperam do PS é que seja uma alternativa e que é também essa a proposta dos socialistas.

António Costa quis também desfazer definitivamente «um equívoco» que disse andar pelo espaço público ao recusar que a possibilidade de entendimentos à direita esteja dependente dos protagonistas.

«O problema não é um problema de nomes. O meu filho chama-se mesmo Pedro, é um nome que eu gosto. Não é uma questão de ser Pedro ou Rui, ser Francisco ou ser José. É uma questão de políticas», declarou.