Os deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito ao caso-BES classificaram hoje de inacreditável a postura que tem vindo a ser assumida pelos inquiridos até agora ouvidos.
A acusação surgiu esta tarde, na parte final da audição a Joaquim Goes, antigo administrador execitivo do BES que era também administrador da PT.
As respostas de Joaquim Goes, ou as "não respostas", levaram os deputados ao desespero, ao ponto de ironizarem que o caso-BES deve ser obra do Espírito Santo, pois ninguém assume responsabilidades.
Já Joaquim Goes disse que não se pode atuar sobre uma realidade que se desconhece. E o antigo administrador do BES praticamente desconhecia tudo.
Desconhecia situações problemáticas no Grupo Espírito Santo, porque diz que só pertencia ao BES. Mas sobre o BES, também desconhecia quase tudo, apesar de ser um membro da Comissão Executiva.
O problema foi foi quando se falou na PT: é que Joaquim Goes era também administrador na PT. Mas as respostas eram as mesmas: ou desconhecia o assunto ou não tinha sido tratado por ele.
Nada disse sobre os 900 milhões de euros da PT para a Rio Forte invocando desconhecimento.
Em geral, em seis horas de audição, todos os assuntos-chave que levaram ao colapso do Banco ou não eram tratados por eleou eram doutro pelouro ou eram coisa da família.
Nem sequer quis falar acerca da idoneidade de Ricardo Salgado.
Esta atitude de um dos responsáveis executivos de topo do BES, e que tinha o pelouro do risco, trouxe violentas críticas dos deputados. Da direita à esquerda, do Bloco ao CDS, todos consideram a falta de respostas inacreditável.