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Europa preocupada com estirpe diferente de gripe

Lusa/Tiago Petinga

A situação da gripe na Europa é controlada a partir do Centro Europeu de Controlo de Doenças. A TSF falou com Pasi Pentinnen, responsável pelo programa da gripe, que admite que este ano o que mais preocupa as autoridades é a incidência de uma estirpe diferente do habitual.

Em declarações à TSF, Pasi Pentinnen deu conta dos países mais afetados: «Reino Unido, Irlanda, Espanha, França, e temos também alguns países do norte, como a Finlândia e a Suécia a registar um número significativo de casos».

PasI Pentinnen diz que que este ano o que mais preocupa as autoridades é a incidência de uma estirpe diferente do habitual, «porque sabemos que este subtipo, o A H3N2, mesmo nas épocas normais em que temos o h3n2, gera mais hospitalizações e mortalidade porque afeta sobretudo idosos e doentes crónicos».

As autoridades acreditam que este subtipo do vírus da gripe seja o mais predominante este ano no território europeu. O início da época gripal foi anunciado há uma semana.

Para as próximas semanas, o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças espera, pelo menos para já, uma época gripal difícil quer por causa do subtipo do vírus que predomina quer pela falta de vacinação.

«Não há um padrão para as épocas gripais, mudam todos os anos e todas as épocas, e há sempre surpresas quando falamos do Influenza, mas o que prevemos para já é que vamos ter uma época razoavelmente difícil, comparando com as duas ou três últimas, por causa desta predominância do A H3N2 e por causa dos níveis reduzidos de vacinação nos países europeus», explicou.

«Estimamos que numa época normal temos mais de 40 mil mortos na Europa por causa do vírus da gripe e isso tem sobretudo a ver com a falta de programas de vacinação para cobrir os grupos de risco e os idosos na maioria dos países europeus», concluiu Pasi Pentinnen.

O responsável lembra que a gripe pode ser prevenida e a vacinação é tendencialmente eficaz mas não tem sido tão usada como deveria em muitos países europeus.

Ainda assim, garante que as autoridades europeias estão a acompanhar o que se está a passar nos Estados Unidos onde o período de maior incidência do influenza começou duas a três semanas antes da chegada à Europa.