O secretário-geral do PS disse hoje, em Bruxelas, que subscreveria a carta aberta sobre a Grécia dirigida por 32 figuras públicas ao primeiro-ministro, pois isolar a Grécia é «uma ideia errada», e o Governo tem «persistido» nesse erro.
À saída de uma reunião de líderes dos Socialistas Europeus, que antecede o Conselho Europeu desta tarde em Bruxelas, António Costa, questionado sobre se subscreveria a carta aberta, respondeu que «sim, com certeza», pois «é fundamental que não se isole a Grécia».
«A ideia de diabolizar a Grécia e de isolar a Grécia é uma ideia errada e perigosa», disse, considerando que o alinhamento com Berlim «é um erro persistente que o Governo português tem feito, com a fé que tem de que da austeridade vai resultar o crescimento».
«Bom, depois de três anos de experiência, há um resultado muito claro: a austeridade fracassou do ponto de vista político e fracassou do ponto de vista económico. Do ponto de vista económico, gerou deflação e gerou desemprego; e do ponto de vista político, só tem vindo a fortalecer os radicalismos», observou. António Costa disse esperar que se deve «recentrar» o debate em curso, e «evitar confrontação».
«Não há uma questão grega. Há uma questão europeia e que deve ter uma resposta europeia, e essa resposta deve-se centrar, em primeiro lugar, numa resposta positiva às situações de catástrofe social que se vivem em vários países, e em particular nos países sujeitos ao ajustamento, como acontece na Grécia, como acontece em Portugal, como acontece em Espanha», disse, e que exigem como respostas imediatas «um programa de resposta à crise social e um programa de recuperação económica».
Outro socialista, Ferro Rodrigues, um dos signatários da carta, diz que a atual situação representa uma oportunidade para Portugal e para a Europa que não deve ser ignorada pelo Governo português.
Admitindo que a carta é uma forma de pressionar Pedro Passos Coelho, o líder da bancada parlamentar do PS espera agora que a resposta do primeiro-ministro seja dada no Conselho Europeu.