Política

Passos Coelho: «Nunca tive consciência dessa obrigação»

Lusa/Estela Silva

O primeiro-ministro diz que nunca foi «notificado» de uma dívida à Segurança Social. Pedro Passos Coelho garante que sempre quis cumprir com as suas obrigações e nunca teve intenção de invocar a prescrição da dívida para não a pagar.

«Nunca tive durante esses anos nenhuma notificação da minha irregularidade», garante Pedro Passos Coelho. O primeiro-ministro respondeu assim às perguntas dos jornalistas sobre a dívida que tinha na Segurança Social e que entretanto prescreveu, mas que Passos Coelho fez questão de pagar.

Esta manhã, durante uma visita SISAB Portugal 2015, Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas, em Lisboa, Passos Coelho afirmou que «quando me apercebi de uma dívida prescrita não invoquei prescrição para não a pagar».

O primeiro-ministro disse ainda que estava convencido que há 15 anos as contribuições para a Segurança Social dos trabalhadores independentes eram «de opção» e sublinhou que não teve qualquer intenção de não cumprir as suas obrigações contributivas.

«Eu não tinha consciência que essa obrigação era devida durante esse período, evidentemente que poderia ter tido conhecimento disso por outra via e poderia até ter sido notificado pela Segurança Social na altura dessa situação, mas não fui. Não existe, portanto, da minha parte nenhuma intenção de não cumprir com essas obrigações, estava convencido que elas eram, nessa época, de opção e que, portanto, eu não tinha esses anos de carreira contributiva», afirmou.

Passos Coelho declarou ainda que não teve acesso a de qualquer «benefício ou regalia» e que foi «tratado como qualquer cidadão» e assegurou que não vai «fazer um caso» sobre o facto de terceiros terem tido acesso a informações sobre as quais nem ele próprio tinha conhecimento.

Relativamente ao facto de só agora ter saldado a dívida à Segurança Social apesar de ter conhecimento da mesma desde novembro de 2012, o primeiro-ministro explicou que o fez «para acabar de vez com qualquer dúvida» sobre a sua situação contributiva, embora há dois anos tivesse pensado só regularizar a situação quando deixasse de ter responsabilidades no Governo, para que não houvesse o entendimento que estaria a «usufruir de algum benefício particular».

Interrogado sobre as críticas da oposição e os pedidos de explicação que os partidos têm exigido, o primeiro-ministro recusou a imagem de «caloteiro» e garantiu que já «disse tudo o que sabia e aquilo que é a verdade».

Quanto à hipótese da polémica fragilizar o executivo, Passos Coelho disse não ver razões para isso.