Política

Debate quinzenal: PM quer discutir «questões de relevância política, económica e social», mas o PS vai insistir na dívida à Segurança Social

Global Imagens/ Filipe Amorim

Pedro Passos Coelho, abre, esta tarde, o debate quinzenal na Assembleia da República. Para a intervenção inicial indicou o tema «questões de relevância política, económica e social». A oposição avisa que vai desviar a conversa para o caso da dívida de Passos Coelho à Segurança Social.

A polémica sobre a carreira contributiva do primeiro-ministro deverá ser vai ser um dos temas centrais do debate logo mais no parlamento.

A hipótese do próprio primeiro-ministro aproveitar para prestar mais esclarecimentos também foi admitida pelo PSD, que defende que Passos Coelho deve dar explicações sobre a sua relação com a Segurança Social «no momento certo e onde for entendido», nomeadamente no debate quinzenal.

Do lado do Partido Socialista é certo que o tema vai ser chamado ao hemiciclo. Fontes do PS, escutadas pela TSF, dizem que as respostas até agora dadas pelo primeiro-ministro não são satisfatórias, nomeadamente ás perguntas feitas pelo partido.

O PS vai assim insistir nas perguntas que enviou a Passos Coelho. Entre outras questões, os deputados querem saber quais são os montantes exatos da dívida prescrita e porque é que o chefe de governo não regularizou a dívida a tempo e horas.

A 28 de fevereiro, o jornal Público noticiou que Pedro Passos Coelho esteve cinco anos sem pagar contribuições à Segurança Social, entre 1999 e 2004, o que o primeiro-ministro justificou com o desconhecimento dessa obrigação legal, declarando que pagou em fevereiro deste ano o montante em dívida, apesar de prescrito. Os partidos da oposição questionaram-no entretanto sobre esse assunto mas, mesmo depois de receberem as respostas do primeiro-ministro, consideram que permanecem questões por esclarecer.

A 3 de março, no encerramento das jornadas parlamentares do PSD, no Porto, Passos Coelho admitiu também a entrega de declarações «fora de prazo» no passado, ressalvando que nada deve ao fisco, e afirmou que não é «um cidadão perfeito», mas que nunca usou o lugar de primeiro-ministro «para enriquecer».

O presidente do PSD alegou que querem expor a sua vida fiscal, o que associou ao «desespero que se começa a instalar em certas áreas políticas». Entretanto, disse ao semanário Sol que teve «atrasos na entrega das declarações e nos pagamentos» ao fisco, «umas vezes por distração, outras por falta de dinheiro».