Política

Cavaco insiste em classificar polémica como «político-partidária»

Cavaco Silva Lusa/Paulo Cunha

Em Ourém, à margem de uma visita incluída nas jornadas da floresta, Cavaco Silva voltou a insistir que, enquanto Presidente da República, não deve intrometer-se no que já há uma semana tinha classificado de questão «político-partidária».

«Já tive ocasião de dizer que um Presidente da República de bom senso não deve envolver-se nas polémicas político-partidárias», disse Cavaco Silva aos jornalistas.

O Presidente da República disse ainda que o Chefe de Estado do país e os partidos devem ter outras prioridades que não a questão da dívida de Pedro Passos Coelho à Segurança Social. Cavaco Silva convidou, por isso, os partidos a «unirem-se e trabalharem» para resolver o problema mais importante do país: o desemprego.

«As minhas preocupações estão voltadas para a criação de emprego, para o combate à pobreza, competitividade da economia, estímulo à investigação», afirmou.

Cavaco Silva recusou responder às críticas da oposição, que acusou o Presidente da República de ser uma "bengala" do Governo. Perante a insistência dos jornalistas, o Presidente recusou comentar a questão debatida esta tarde no parlamento.

O Chefe de Estado deixou, no entanto, um recado para um antigo Presidente (Jorge Sampaio) que, diz Cavaco, interferiu neste tipo de questões.

«Houve um Chefe de Estado que, no passado, foi acusado de ter interferido na vida política de um partido e o seu líder demitiu-se acusando esse Chefe de Estado. Comigo, isso nunca acontecerá», garantiu.

Cavaco Silva recusou ainda que tenha traçado qualquer perfil do próximo Presidente da República no passado fim de semana. Diz que se limitou a refletir sobre o papel do Presidente a nível externo.