O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, disse hoje que vai «reclamar um tratamento fiscal diferenciado» a Bruxelas para o porto da Praia da Vitória, de forma a atrair investimentos à Terceira, na sequência da redução norte-americana nas Lajes.
Passos Coelho, que falava no encerramento do congresso do PSD/Açores, na Ribeira Grande, disse que, como primeiro-ministro, vai tentar «no palco europeu, encontrar todos os mecanismos, mesmo de natureza tributária, que possam ajudar a que uma vocação económica prática que possa nascer em torno do porto da Praia da Vitória e da ilha Terceira possa projetar para o futuro um investimento sustentável».
O líder dos social-democratas considerou que é necessária «uma resposta diferente e nova perante um problema que também é novo e diferente» e deixou um apelo para que se faça um debate na região autónoma em torno desta matéria.
«O essencial não é reclamar um tratamento fiscal diferenciado, é saber em torno de quê», afirmou, dizendo que essa definição de prioridades cabe, «evidentemente», ao Governo Regional e ao Governo da República, mas também aos parceiros sociais, a todos os partidos e aos investidores privados, a quem pediu para darem os seus contributos e fazerem essa reflexão.
Passos Coelho disse que o país, ao longo de muitos anos, beneficiou da situação geoestratégica dos Açores para afirmar a sua posição no atlântico e no mundo e que a região autónoma continuará a ter um papel importante a este nível, no contexto do previsível alargamento da plataforma continental portuguesa.
Perante o anunciado corte do contingente dos EUA nas Lajes, Passos Coelho sublinhou ser preciso encontrar formas de mitigar o efeito dessa decisão norte-americana no curto e médio prazo e enfatizou a cooperação que tem havido entre os governos nacional e regional (socialista), dizendo que ela tem de ser mantida, porque todos ganharão com isso.
Nesta visita aos Açores numa iniciativa partidária, Passos Coelho referiu-se também à liberalização das ligações aéreas entre a região e o continente, sublinhando que o Governo nacional, «em colaboração» com o regional, levantou uma das grandes restrições ao desenvolvimento do turismo nas ilhas.
«Mas agora é muito importante não desiludir aqueles que procuram os Açores. Há aqui uma janela de oportunidade que tem de ser aproveitada», afirmou, insistindo em que o arquipélago tem de ter uma «oferta adequada», em termos turísticos, culturais e de outros serviços que «ou entretanto se organiza e se prepara ou, se não existir, acabará por frustrar as expetativas».
Para Passos Coelho, o turismo pode ser a «mola impulsionadora de uma recuperação mais forte que os Açores precisam de conhecer» e lembrou que também este ano, ainda em «termos nacionais», o PSD deu um outro contributo para tornar mais otimista o «horizonte dos Açores» ao permitir a diminuição dos impostos no arquipélago.
«Os Açores têm a possibilidade hoje de aprofundar e rasgar um horizonte de maior esperança e confiança no futuro, para poderem atingir um nível de bem-estar e de realização superior àquele que têm hoje», considerou, dizendo que confia muito naquilo que o presidente do PSD/Açores, Duarte Freitas, «tem vindo fazer neste capítulo».