A companhia aérea TAP fechou 2014 com prejuízos de 46 milhões de euros, após cinco anos consecutivos com resultados positivos, o que é justificado pelos problemas operacionais e greves do segundo semestre.
A companhia aérea indica que a entrada tardia em operação dos novos aviões, 22 dias de greve, anunciadas ou efetuadas, no segundo semestre, e o registo de algumas ocorrências operacionais, tiveram um impacto 108 milhões de euros.
«Sabíamos que íamos ter um ano difícil e foi o que aconteceu. Infelizmente os resultados não foram bons», afirmou o presidente da TAP, em conferência de imprensa.
Fernando Pinto afirmou que os prejuízos da companhia aérea em 2014, depois de cinco anos de lucros, não afastaram potenciais interessados na privatização da transportadora aérea nacional.
«Não temos nenhuma notícia de perda de interesse», afirmou o gestor. Questionado sobre o impacto dos 46 milhões de euros de prejuízos, Fernando Pinto foi perentório: «Se tem influência na privatização? Não, porque é considerado um evento fora do usual».
O presidente contou que, «na época [em que ocorreram as perturbações de verão], tinha contacto com vários interessados, que questionavam porque é que a TAP estava na imprensa o tempo todo», desvalorizando os cancelamentos e atrasos dos meses de verão, que «acontecem na história da empresa mas que não se repetem».
Ainda assim, o gestor admitiu o impacto dessas perturbações na imagem da transportadora, acrescentando que houve mesmo «uma perda de mercado», tendo a companhia «vindo a trabalhar» para a recuperar.
Sobre a privatização do grupo (TAP SGPS), Fernando Pinto revelou apenas que a administração da TAP já fez «várias apresentações para vários interessados», que passam por uma conversa informal e uma projeção de alguns dados. Agora, acrescentou, vai começar uma segunda etapa, que é marcada por uma apresentação «mais formal» do grupo TAP aos potenciais interessados, que têm que entregar as suas propostas vinculativas até 15 de maio.
Fernando Pinto recusou-se a falar do número e nome desses interessados no grupo, referindo a existência de um acordo de confidencialidade.