A imprensa internacional noticiou a morte de Manoel de Oliveira, prestando homenagem ao mais velho cineasta até agora no ativo, com um ritmo de rodagem de um filme por ano.
«Morre Manoel de Oliveira, o mítico cineasta com 90 anos de carreira», titulou o diário espanhol El País, acrescentando que o realizador português «parecia ter superado a morte».
O francês Libération noticia o desaparecimento de Oliveira e recorda, em vídeo, uma "sexy dance" do cineasta em 2008, aos 99 anos, com o coletivo Sweet & Tender Collaborations, bem como uma entrevista, em 2002, em que Manoel de Oliveira relatou, através de datas importantes, a sua vida de homem e cineasta e uma visita guiada à sua "cidade-musa", o Porto.
Também o Le Monde destaca a morte do realizador português centenário, sublinhando que "ele era o decano dos cineastas em atividade".
«Morreu o grande realizador Manoel de Oliveira. Tinha 106 anos», escreveu o diário italiano La Repubblica, classificando-o como "um dos mais importantes de Portugal e do cinema mundial".
Outro jornal italiano, o La Stampa, noticia o falecimento do «gigante do cinema», precisando que «a sua última obra foi a curta-metragem 'O Velho do Restelo', apresentada em 2014 no Festival de Veneza», e que «desde a sua primeira película, em 1931, realizou mais 50 filmes, a maioria dos quais depois dos 60 anos».
O belga La Libre.be também destacou a morte de Oliveira, juntando à notícia um vídeo de uma ovação de pé ao cineasta na edição de 2010 do Festival de Cannes.
O canadiano La Presse, o checo Blesk, o holandês NU.nl, o sueco HD e os alemães Augsburger Allgemeine e Die Presse também noticiaram o óbito do cineasta português tratado por "mestre", bem como os brasileiros Folha de S. Paulo e Estadão, este último abordando também a relação de Oliveira com a escritora Agustina Bessa-Luís, cujas obras serviram de ponto de partida para alguns dos seus filmes "Francisca", "Party", "Vale Abraão", caracterizando-a como «uma relação de amor e desprezo», marcada «por um respeito profundo».
A propósito, Manoel de Oliveira chegou a dizer: «Agustina não gosta dos meus filmes porque ela tem a cabeça muito dura».
Outro diário brasileiro, o carioca Globo, indicou que Oliveira «morreu de parada cardíaca» em sua casa, no Porto, e descreve-o como "o cineasta mais longevo do mundo», que «dirigiu 62 filmes, entre longas e curtas», e tinha «84 anos de carreira como diretor e 47 prémios no currículo».