Da direita à esquerda, todos os partidos lamentam a morte do histórico realizador português e salientam a perda para o país.
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O líder parlamentar do PSD, Luís Montenegro, afirmou que a morte do cineasta Manoel de Oliveira é «uma grande perda para Portugal», considerando que a sua obra «permanecerá imortalizada» e será «eterna no coração» dos portugueses.
«Trata-se de uma grande perda para Portugal, de uma figura ímpar da cultura portuguesa e da cultura mundial, com um percurso reconhecido quer no plano nacional quer no plano internacional, que deixa a cultura portuguesa mais pobre», afirmou Montenegro, aos jornalistas, no parlamento.
Para o presidente da bancada social-democrata trata-se também de «uma oportunidade para evocar um percurso muito longo de trabalho, de trabalho em função do sentir e viver português». «Estamos convencidos que ele hoje partiu, mas a sua obra permanecerá imortalizada para todo o sempre e será eterna no coração e no pulsar da vida dos portugueses», declarou.
O secretário-geral socialista, António Costa, e o PS lamentaram «a perda irreparável» que constituiu a morte de Manoel de Oliveira, mas salientaram que a sua obra perdurará para futuras gerações, que nela reencontrarão «a essencialidade do ser português».
«Manoel de Oliveira, para além de um absoluto mestre da sétima arte, é um nome que granjeou o carinho dos portugueses ao longo de uma carreira notável que fez dele uma referência de Portugal à escala internacional. Oliveira teve direito a um reconhecimento global, quer pelos seus pares, quer por todos os amantes do cinema», apontou o secretário-geral do PS.
A deputada e dirigente do CDS-PP Teresa Caeiro sublinhou o «orgulho» no legado de Manoel de Oliveira, cuja morte, apesar da sua idade, foi recebida como «uma tristíssima surpresa», o cineasta que parecia «imortal» e que o será através da sua obra.
«Julgo que de alguma forma todos nos convencemos que Manoel de Oliveira era imortal, e apesar da sua idade, esta notícia não deixa de nos chegar como uma tristíssima surpresa. Mas Manoel de Oliveira é imortal, a sua obra vai perdurar para sempre», declarou Teresa Caeiro aos jornalistas.
«Poucos autores portugueses tiveram ou alguma vez terão tanto reconhecimento e serão tão prestigiados e tão homenageados como foi Manoel de Oliveira. Teve oportunidade ao longo da sua vida de fazer filmes com os melhores atores do mundo, todos faziam questão e consideravam uma verdadeira honra filmar sob as ordens do mestre Manoel de Oliveira», disse.
«Devemos sentir um grande pesar, uma grande pena, mas um grande orgulho na sua obra, orgulho relativamente à obra e ao legado de um português como nós», reforçou. Teresa Caeiro quis ainda apontar para a «espantosa a vivacidade e a capacidade que Manoel de Oliveira teve para trabalhar, para se reinventar, até às vésperas da sua morte».
O PCP lembra o realizador Manoel de Oliveira como «uma figura ímpar da cultura portuguesa», lamentando profundamente a sua morte, aos 106 anos. «Falamos de uma figura ímpar da cultura portuguesa e é por isso que o PCP lamenta profundamente o seu falecimento», afirmou a deputada comunista Paula Santos, em declarações aos jornalistas no parlamento.
Destacando o contributo que Manoel de Oliveira deu a Portugal, através do reconhecimento e valorização que o seu trabalho mereceu, Paula Santos considerou que o realizador marcou um espaço próprio na cultura portuguesa.
A porta-voz do BE evocou Manoel de Oliveira como «um grande cineasta europeu» que moldou o cinema nacional e foi um exemplo de «energia, determinação, humor e grande vontade de viver».
«Bem sei que Manoel de Oliveira já tinha 106 anos, mas confesso que acreditava que este dia nunca chegava e acho que há mais pessoas que pensam isso, habituámo-nos a ver Manoel de Oliveira como estando sempre aqui, sempre a filmar, é com certeza alguém que mais do que moldar o cinema nacional é um grande cineasta europeu, que faz toda a diferença sobre o que é hoje o cinema e a cultura na Europa», afirmou.
Numa declaração aos jornalistas no parlamento, Catarina Martins afirmou que Manoel de Oliveira mudou a forma como se olha para o Porto e para o Douro. «Agora tenhamos nós metade da energia e determinação de Manoel de Oliveira, do seu humor, da sua grande vontade de viver, para que possamos ver todos os seus filmes, do Aniki Bóbó, ao Gebo e a Sombra, ao Velho do Restelo, porque é isso que precisamos de fazer», disse a líder bloquista.