O líder parlamentar do PS, Ferro Rodrigues, defendeu hoje que o partido só deverá ter uma posição institucional de apoio a um candidato presidencial após as eleições legislativas, pois este debate, agora, pode prejudicar os socialistas.
Ferro Rodrigues falava aos jornalistas no final da reunião da bancada socialista, depois de confrontado com o facto de o eurodeputado do PS Francisco Assis ter hoje manifestado, num artigo no jornal Público, o seu apoio a uma candidatura presidencial do ex-presidente da Assembleia da República Jaime Gama.
«O direito à palavra é sagrado no PS. Agora, na minha opinião, o PS, enquanto tal, só deve apoiar uma candidatura presidencial depois das eleições legislativas», declarou o presidente do Grupo Parlamentar dos socialistas, que deixou também um aviso: «Tudo o que seja dispersar as atenções para outros aspetos por muito importantes que sejam [para além da vitória nas eleições legislativas], é um erro crasso».
Perante os jornalistas, Ferro Rodrigues começou por vincar a sua defesa em relação ao caráter absoluto «do direito à livre expressão» dentro do seu partido, para depois defender que o PS deve concentrar-se no objetivo de vencer as eleições legislativas.
«Na minha opinião, já que também tenho direito à palavra, neste momento, o fundamental é mudar este Governo, que está a desgraçar o país, e apresentar uma alternativa forte e consistente nas eleições legislativas. Tudo o que seja dispersar a atenção, é um erro político crasso. Mas é evidente que as pessoas têm o direito de cometer erros políticos crassos, todas elas sejam quem forem», ressalvou o líder da bancada socialista.
Questionado se entende que a discussão neste momento de candidatos presidenciais é prejudicial ao seu partido, Ferro Rodrigues concordou. «Não faz qualquer sentido que, numa altura em que o PS se bate contra este Governo, contra estas políticas e apresenta novas alternativas, estar a dispersar-se sobre quem cada militante socialista gostaria de ver ocupar o Palácio de Belém a partir de fevereiro de 2016. Acho que não é o momento para isso - e é um péssimo serviço», avisou novamente.
O presidente do Grupo Parlamentar do PS disse depois admitir que haja militantes socialistas que se candidatem ao lugar de presidente da República, porque «têm esse direito».