Política

Costa "profundamente desagradado" por PS não ter sido ouvido na recondução do governador do Banco de Portugal

António Costa José Coelho/Lusa

O líder do PS diz que a escolha de Carlos Costa para um novo mandato enquanto governador do Banco de Portugal é um erro

O secretário-geral socialista, António Costa, manifestou-se hoje "profundamente desagradado" com a recondução do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, considerando-a "um mau sinal" dado pelo Governo, e garantiu que o PS não foi consultado nem ouvido.

No final de uma visita à Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), no Porto, António Costa comentou a proposta de recondução de Carlos Costa, começando por considerar "um mau sinal que o Governo dá sobre o rigor que deve imperar no funcionamento destas instituições", a "somar-se a elogios, certamente indevidos, a empresários que não são merecedores do elogio".

"Devo dizer que, depois do que se tem passado ao longo dos últimos anos, não posso dizer que esteja propriamente surpreendido, mas tenho que dizer que estou profundamente desagradado e acho que é um mau sinal da forma como as nossas instituições estão a funcionar", enfatizou, acrescentando que "o PS não foi consultado nem ouvido sobre a escolha que o Governo hoje fez para o futuro Governador do Banco de Portugal".

O líder socialista disse ainda que o PS se vai pronunciar sobre esta escolha "após a audição a que a pessoa indigitada pelo Governo será sujeita na Assembleia da República", explicando que esta "nomeação é para uma função de cinco anos, inamovível".

"O Governo entendeu, e a pessoa indigitada pelos vistos também, que bastava uma decisão de uma maioria em fim de mandato para que essa decisão fosse tomada", sublinhou.

"É também um mau sinal esta aposta na manutenção de uma regulação que manifestamente não deu bons sinais e que julgamos que não é um sinal que reforce a confiança que os portugueses exigem ter nas instituições reguladoras em Portugal", observou.