Política

Bloco de Esquerda diz que Passos Coelho promete uma coisa e faz outra

Catarina Martins (BE) Paulo Cunha/Lusa

Catarina Martins reage às declarações de Passos Coelho, proferidas sexta-feira, dizendo que o Governo vai pôr em prática mais medidas de austeridade.

A porta-voz do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, acusou hoje o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, de dizer uma coisa e fazer outra, afirmando-se convicta de que o Governo irá pôr em prática mais medidas de austeridade.

"Temos registado muitas discrepâncias entre que o primeiro-ministro diz e o que primeiro-ministro faz", afirmou Catarina Martins, recordando que o chefe do Governo de maioria PSD/CDS-PP "diz que não quer novas medidas de austeridade, mas votou no parlamento uma proposta que corta 600 milhões de euros nas pensões".

Em Santarém, onde hoje visitou a Feira Nacional de Agricultura, que decorre no Centro Nacional de Exposições até domingo, a dirigente do BE recordou que "em 2011, antes das eleições, Pedro Passos Coelho dizia que nunca ia cortar subsídios de férias nem no 13.º mês e foi a primeira coisa que fez quando chegou ao Governo".

Por isso, sustentou, "nesta altura só é enganado quem quer", tendo em conta "o que o próprio Governo já votou de [medidas de] austeridade para os próximos anos", voltando a sublinhar o compromisso de cortar 600 milhões de euros nas pensões que, para o BE, "não é a melhor forma para se dizer que não há mais austeridade".

Catarina Martins reagia às declarações de Pedro Passos Coelho que, na sexta-feira disse, no Fundão, que o Governo não prevê novas medidas de austeridade para alcançar um défice inferior 03%, o qual acha estar perfeitamente ao alcance do país.

As declarações de Passos Coelho seguiram-se à declaração do Fundo Monetário Internacional (FMI), que apontou "um risco tangível" de Portugal não cumprir a meta do défice este ano "sem cortes adicionais da despesa", considerando "pouco provável" reverter a austeridade sem conter a despesa com salários e pensões.