O primeiro-ministro afirma que os países da moeda única precisam de preparar, com os bancos centrais e o Banco Central Europeu, uma resposta comum a uma possível saída da Grécia da Zona Euro. Passos Coelho insiste que Portugal tem reservas até meados de 2016.
Pedro Passos Coelho, em entrevista à Reuters, defende uma ação conjunta por parte dos líderes europeus, caso a Grécia saia da Zona Euro: "Seria impensável que, na área da moeda única, não houvesse uma resposta conjunta a tal situação. Uma resposta comum precisa de ser preparada pelos bancos centrais e pelo Banco Central Europeu".
Questionado sobre um eventual risco de contágio, o primeiro-ministro português considera que países como Portugal ou a Irlanda, que completaram programas de ajustamento, estão agora numa posição muito mais forte: "Não é algo que coloque o euro em risco ou afete países como a Irlanda, Portugal, Espanha, ou mesmo Itália".
"A minha convicção é de que a Zona Euro, na sua totalidade, tem hoje mecanismos muito mais fortes para ajudar todos os países numa situação como esta", acrescenta.
Em entrevista à agência Reuters, esta sexta-feira, em vésperas da cimeira de líderes da zona euro extraordinária, marcada para segunda-feira, e que vai discutir a situação da Grécia, Passos Coelho reafirmou ainda que as reservas de Portugal fazem com que não haja riscos para o país até meados de 2016: "A 'almofada financeira' que tem sido construída pelo Tesouro Português coloca-nos numa situação que não põe em risco qualquer pagamento que temos de fazer até meados de 2016."
O primeiro-ministro destacou ainda que a situação na Grécia se deteriorou rapidamente, com nenhuma mudança real desde que as negociações com os credores começaram, há quatro meses, com a tomada de posse do novo governo grego.
Esta quinta-feira, o Eurogrupo voltou a falhar um acordo que evite a bancarrota da Grécia. A reunião dos ministros das Finanças da zona euro, no Luxemburgo, terminou sem qualquer acordo nem avanços nas negociações entre a Grécia e os seus parceiros e credores, quando faltam menos de duas semanas para terminar o atual programa de assistência, a 30 de junho, que é também a data limite para Atenas pagar ao FMI 1,6 mil milhões de euros.