Política

Passos espera solução que funcione para a Grécia e toda a zona Euro

Pedro Passos Coelho José Coelho/EPA

O primeiro-ministro disse hoje esperar que seja possível encontrar uma solução que funcione quer para a Grécia quer para toda a zona Euro, enfatizando a flexibilidade da União Europeia para tratar a questão grega.

Na conferência de imprensa final conjunta da 28.ª Cimeira Luso-Espanhola, que decorre hoje em Baiona, Espanha, Pedro Passos Coelho escusou-se a fazer qualquer comentário sobre a última proposta apresentada pelo Governo grego uma vez que não a conhece, esperando que "seja possível encontrar uma solução que funcione para a Grécia e que funcione para toda a zona Euro".

O primeiro-ministro sublinhou que a União Europeia "tem mostrado muita flexibilidade a tratar da questão grega", não temendo de uma forma equivalente à de 2010 qualquer contágio de ordem financeira, mas alertando que o possível contágio político do problema grego deve ser acautelado.

Pedro Passos Coelho considerou que "o problema não está só na questão da flexibilidade", recordando que os restantes países acertaram "conceder uma extensão à Grécia que está agora a terminar no final deste mês para que um acordo pudesse ser alcançado".

"E nesta altura é muito importante que nenhuma outra extensão seja concedida sem garantias claras de que estamos a fazer uma extensão para chegar a um acordo e não seja utilizada para prolongar um impasse e uma incerteza que não é positiva para a Grécia nem para qualquer outro país da zona Euro", disse, declarações proferidas sem os chefes do Governo saberem que a reunião do Eurogrupo terminou sem acordo.

O primeiro-ministro português sublinhou que "da parte das instituições tem havido abertura para que um novo entendimento se possa alcançar, mas esse entendimento não poderá deixar de respeitar a vontade do Governo grego, mas as regras também em que comungam todos os governos da zona Euro".

"Não me parece, pelas indicações que tenho, que exista da parte de nenhum governo da zona Euro qualquer impedimento para que se possa chegar a um entendimento mas visivelmente estes quatro meses ainda não nos conduziram a esse entendimento pelo que é totalmente prematuro estar a adiantar qualquer outra posição para a cimeira que terá lugar hoje ao fim do dia", afirmou.

Passos Coelho não crê que os riscos na área financeira associados a um incumprimento da Grécia se assemelhem àqueles de de 2010, uma vez que a Europa felizmente "não está na mesma posição que estava" nesse ano e recordou que países como Irlanda, Portugal e Espanha fizeram o seu trabalho de casa nestes anos.

"Essa responsabilidade nacional é hoje também responsável pelo facto de a Europa estar melhor", defendeu.

Rejeitando a ideia de um contágio de natureza financeira, o primeiro-ministro admitiu a possibilidade de um contágio de natureza política.

"Esse contágio pode existir na medida em que se um país decide estar ou não estar no Euro em função daquilo que são as suas avaliações de natureza nacional, nesse caso a incerteza que rodeará a União Económica e Monetária para futuro pode minar a confiança que nós precisamos para prosseguir o projeto europeu. É esse contágio político que deve ser acautelado", disse.