João Galamba afirmou hoje que "a ministra das Finanças tem dado garantias sobre muita coisa, mas poucas se têm verificado". O secretário nacional do PS desconfia das garantias de que a privatização assegura o cumprimento de acordos laborais e manutenção de postos de trabalho.
"Este governo transformou as suas promessas falhadas em garantias. E, da mesma maneira que as promessas não eram de confiar, mas garantias deste governo também não o são", diz João Galamba.
Na cerimónia da assinatura do contrato de venda de 61% da TAP ao consórcio Gateway, Maria Luís Albuquerque garantiu que a TAP manterá um "papel decisivo" na continuação do crescimento da economia do país e que os novos donos da empresa terão em conta o cumprimento dos acordos laborais em vigor e a preservação de postos de trabalho.
O secretário nacional socialista, João Galamba, desconfia das certezas dadas pela ministra das Finanças: "A senhora ministra das Finanças tem dado garantias sobre muita coisa, mas poucas delas se têm verificado. Infelizmente parece que estamos perante mais um caso desses, agora com a TAP".
Em declarações na sede do Partido Socialista, no Largo do Rato, em Lisboa, João Galamba mostrou-se ainda cético quanto à entrada de mais investimento no país: "Este governo disse, ao longo destes anos, que as privatizações efetuadas permitiriam a entrada muito significativa de investimento estrangeiro privado em Portugal. Até agora, nos últimos quatro anos, tal ainda não se verificou." "Temo que possa muito bem acontecer o mesmo com a TAP", acrescenta.
No início do mês, o Partido Socialista, pela voz do deputado Rui Paulo Figueiredo, garantiu que, caso o PS vença as próximas eleições legislativas, tudo será feito para reverter o processo de privatização da TAP e assegurar que o Estado mantém uma posição maioritária no capital social da companhia.
"O PS quer reiterar que um governo liderado por António Costa tudo fará para manter a maioria no capital da TAP", disse.
O contrato de venda da TAP com o consórcio vencedor foi hoje assinado no Ministério da Finanças, em Lisboa. A 11 de junho, o Governo aprovou a venda de 61% do capital social da TAP ao consórcio Gateway, do empresário norte-americano David Neeleman e do empresário português Humberto Pedrosa.