Política

PS deixa Sampaio da Nóvoa e Maria de Belém sem apoio à primeira volta

António Costa e Maria de Belém Miguel A. Lopes/LUSA

Socialistas só aceitam apoio à segunda volta e justificam decisão com falta de "condições" para organizar primárias para escolher candidato. Costa defende que liberdade de voto na primeira volta evita "fraturas" e distrações dentro do partido, mas admite que "limita a liberdade" do líder do PS.

Nem Sampaio da Nóvoa, nem Maria de Belém. O apoio do PS só será claro numa eventual segunda volta das presidenciais do próximo ano, numa decisão que, entende o secretário-geral do PS, é "mais saudável", perante as divergências internas quanto apoio a cada uma das candidaturas.

Na Comissão Política, em que foi aprovado o documento que dá a cada militante a possibilidade de escolher a "candidatura da sua preferência", foram várias as vozes - entre elas a de João Soares - que apelaram a que o partido declarasse o apoio à antiga presidente do PS, mas António Costa optou pela liberdade de voto.

"O apelo que fazemos é que todos os socialistas apoiem, entre os dois candidatos da nossa área, aquele que preferem, e participem ativamente na campanha eleitoral e contribuam para que possam ter um bom resultado na primeira volta", disse.

Durante o verão, o líder do PS - referindo-se a Sampaio da Nóvoa - até admitiu que já havia um "candidato próximo da família socialista", mas defende agora que ao não apoiar nenhum dos candidatos à esquerda, evita "fraturas" internas e mesmo "distrair de um momento muito exigente" que é o processo de "formação do governo e criação de condições de governabilidade". Costa diz, no entanto, que esta é uma questão que fragiliza o secretário-geral do PS: "Sou o único que fico numa posição difícil, visto que não devo tomar posição na primeira volta".

Com a Comissão Política a alegar falta de "condições" para organizar primárias para escolher candidato, o líder socialista afirma que a ideia passa por "fazer da primeira volta das presidenciais as primárias", sublinhando que "emergiram duas candidaturas com apoios muito relevantes na sociedade portuguesa", e que, perante este cenário "não fazia sentido qualquer outro processo de decisão".

No documento aprovado no encontro socialista, a direção do PS diz ainda confiar que, tanto Sampaio da Nóvoa como Maria de Belém "saberão, na segunda volta do processo eleitoral, reunir os seus esforços" para garantir a eleição de um candidato que represente "os socialistas e a maioria dos portugueses".

Henrique Neto considera uma boa posição do PS. O candidato à presidência da república acredita que é positivo para o partido e para a democracia que o PS não apoie nenhum candidato.

Henrique Neto confirma que já recolheu as 7.500 assinaturas exigidas por lei para poder ser candidato à presidência da república mas revela que o objectivo é chegar às 9 mil.