Segundo um relatório divulgado pelo jornal britânico The Guardian, quase meio milhão de pessoas morreram e dois milhões ficaram feridas no conflito que se arrasta desde março de 2011.
O retrato espelha os destroços de uma guerra com cinco anos. Os danos são transversais. Afetam instituições, infraestruturas e a saúde. O Centro Sírio de Pesquisa Política fala destruição praticamente total. Segundo esta organização, o conflito sírio já provocou 470 mil mortes. Destas, a maioria, cerca de 400 mil, foram vítimas diretas de atos de violência, enquanto as restantes 70 mil resultaram de falhas nos serviços de saúde, da falta de alimentos, água potável, saneamento e habitação.
Quanto ao número de feridos é bastante superior - um milhão e 900 mil. No total, a guerra já afetou, por morte ou ferimentos, 11,5% da população síria. A esperança média de vida baixou drasticamente - de 70 anos em 2010, passou agora para 55 anos.
O relatório publicado pelo jornal The Guardian mostra ainda que o conflito está a destruir a economia local - as perdas globais, segundo o Centro Sírio de Pesquisa Política, ascendem a mais de 250 mil milhões de euros. O relatório fala numa atmosfera de medo, fanatismo, chantagem, roubo e contrabando que transformou a economia síria num "enorme buraco negro". Só no ano passado, os preços aumentaram mais de 50% e a pobreza aumentou em 85%.
Em termos de população, 45% foi deslocada. 6 milhões dentro do próprio, aos quais se juntam 4 milhões que abandonaram a Síria.
Perante este cenário, o Centro Sírio de Pesquisa Política conclui que o conflito está a destruir o tecido social e económico do país e a colocar em causa o desenvolvimento humano. O relatório observa ainda que a comunidade internacional tem sido lenta a acordar para as dimensões da crise. O problema só ganhou dimensão quando a crise teve um impacto direto na sociedade dos países desenvolvidos.