Cultura

Marcelo: Uma comédia romântica ou um documentário?

Leonel de Castro/Global Imagens

Um ano de presidência já dava um filme? A TSF fez a pergunta ao guionista, realizador, sociólogo e professor universitário Paulo Filipe Monteiro.

A resposta foi "talvez", mas Paulo Filipe Monteiro acredita que Marcelo Rebelo de Sousa ainda tem mais a acrescentar a esta fita.

"Este mandato tem sido até agora uma mistura engraçada que os cineastas tentam muitas vezes que é ir, por um lado, ao encontro às expectativas do público e, ao mesmo tempo, surpreende-las. Mas do que conhecemos dele ainda nos pode surpreender mais", afirma Paulo Filipe Monteiro, que acredita que " o filme está lançado".

O autor de "Zeus" (um filme biográfico sobre a história de Manuel Teixeira Gomes, o sétimo Presidente da República Portuguesa) acredita que no caso de Marcelo Rebelo de Sousa pode pensar-se numa comédia romântica. "Se imaginássemos um filme, creio que iríamos não para um dramalhão, esse é o principal inimigo dele, evitar a crispação, mas para um drama romântico, uma comédia romântica com um final feliz", diz Paulo Filipe Monteiro.

Para o guionista e realizador, o Presidente da República quer acabar com os filmes de terror, mas neste filme teria de haver também "um ou dois maus da fita", que "são sempre necessários para dar uma certa tensão ao filme e não creio que o próprio Marcelo descurasse isso".

"Seria um filme com muitas multidões, mas com um baixo orçamento, é mais ou menos isso que tem sido esta presidência", assinala.

Paulo Filipe Monteiro acredita que uma comédia romântica é o filme que o próprio presidente gostaria de fazer de si mesmo, mas considera que um documentário seria fascinante: "podíamos imaginar um bom realizador, por exemplo Wiseman ou Cassavetes, a mostrarem os bastidores, a irem mais longe e a mostrarem o que está escondido e não digo isto com nenhuma maldade, mas é evidente que há bastidores na política e seria muito fascinante mostrar".