No dia em que passa um ano sobre a tomada de posse, olhamos para alguns dos números que marcaram os primeiros doze meses de funções. Das viagens às condecorações, até às cartas recebidas em Belém.
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Passou apenas um ano desde Marcelo Rebelo de Sousa tomou posse como Presidente da República, mas, ao fim do primeiro dos cinco anos de mandato, alguns dos números apresentados pelo chefe de Estado são já reveladores de um exercício de funções interventivo e, em boa parte, até mesmo frenético.
É disso exemplo o número de reuniões do Conselho de Estado convocadas pelo Presidente. Se, ao longo de toda uma década - ou seja, durante dois mandatos - Cavaco Silva chamou os conselheiros a Belém por uma dúzia de vezes, no espaço de um ano, Marcelo Rebelo de Sousa já o fez em quatro ocasiões.
Quase uma mão cheia de encontros, a que se juntam outros quatro, ao mais alto nível, nos quais o chefe de Estado consultou os membros do Conselho Superior de Defesa Nacional.
Três vetos e cerca de 150 promulgações
Quanto aos diplomas aprovados, entre propostas enviadas pelo Governo e pela Assembleia da República, foram cerca de 150 os textos que tiveram luz verde do Presidente.
Os primeiros, cerca de uma semana após a tomada de posse, destinaram-se a apoios sociais, na ilha Terceira, para compensar os prejuízos resultantes da redução de efetivos na Base das Lajes; e para compensar as famílias dos trabalhadores da Empresa Nacional de Urânio, que morreram de doença profissional.
No que diz respeito ao veto presidencial, foi utilizado em apenas três ocasiões.
O primeiro veto surgiu com a proposta sobre a gestação de substituição - diploma que mais tarde viria a ser promulgado -, seguindo-se depois a rejeição do diploma com alterações aos estatutos da STCP (Sociedade de Transportes Coletivos do Porto) e do Metro do Porto.
O terceiro veto - que foi também o primeiro a um diploma do governo - chegaria com o não ao fim do sigilo bancário proposto pelo governo, que pretendia aprovar o acesso do fisco às contas bancárias acima de 50 mil euros.
"Sou, como se esperaria da parte de um professor de direito constitucional e que andou a ensinar a Constituição durante décadas, muito cuidadoso", disse, em janeiro deste ano, o Presidente da República, numa cerimónia em que assinalou um ano desde a sua eleição,
Marcelo e as condecorações
Fazendo as contas às condecorações concedidas pelo Presidente da República, foram, no total, 148. Um número para o qual contribuíram, e muito, as medalhas entregues às comitivas portuguesas após as vitórias no europeus de futebol e de hóquei em patins.
Entre outras figuras, Marcelo condecorou o antecessor, Cavaco Silva, com Grande Colar da Ordem da Liberdade, e Ramalho Eanes, com Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique, sendo ainda responsável pela atribuição a título póstumo, a Salgueiro Maia, da Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, sublinhando tratar-se de uma "reparação histórica" e de um "reconhecimento da pátria portuguesa".
Viagens e visitas: de Alfandega da Fé a Havana
Quanto a visitas por parte do Presidente, no primeiro ano de mandato, e dentro de portas, foram mais de 50 os concelhos que receberam Marcelo Rebelo de Sousa, que passou ainda pela Região Autónoma da Madeira e por todos os distritos do território continental, tendo garantida, para 2017, a visita aos Açores.
Já as deslocações ao estrangeiro, foram perto de duas dezenas. O destaque foi para as três visitas de Estado, à Suíça, a Moçambique e a Cuba, mas o Presidente passou ainda por países como os Estados Unidos, o Brasil ou a Alemanha.
Em Belém, foram oito os chefes de Estado recebidos por Marcelo Rebelo de Sousa, sendo que três - o rei de Espanha, Felipe VI; o Presidente do Brasil, Michel Temer; e o presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca - tiveram audiências no dia do funeral de Mário Soares.
300 mil cartas e e-mails
Noutros dos números do primeiro ano de Marcelo, destaque ainda para os pedidos de audiência concedidos, que, segundo a presidência, foram mais de 260 - entre outras visitas não contabilizadas. Já os convites aceites pela Presidência foram quase duas centenas. No total, 196.
Quantos às cartas e mensagens de correio eletrónico recebidas pelo "Presidente dos afetos", foram, adianta a presidência, mais de 300 mil.
Números de um primeiro ano de mandato em que muitos foram os cumprimentos presidenciais, as 'selfies' e os beijinhos distribuídos pelo Presidente, estes difíceis de contabilizar, mas que, ao que tudo indica, também devem servir para quebrar os recordes dos antecessores.