Sociedade

APAV denuncia falta de formação para lidar com violência doméstica

Júlio Lobo Pimentel/Global Imagens

A APAV considera que o caso de violência doméstica em que uma mulher foi estrangulada pelo marido evidencia a necessidade de especialização de profissionais nestes casos.

Daniel Cotrim, da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), considera que o caso da morte de uma mulher vítima de violência doméstica, depois de ausência de repostas do Ministério Público, SNS e GNR, é revelador da necessidade de se continuar a apostar na sensibilização dos profissionais que lidam com esta problemática.

No caso do setor da Justiça, o dirigente da APAV sublinha que "teoricamente a lei é muito boa", mas o problema é que "a lei é aplicada por pessoas e enquanto nós não combatermos os estereótipos e os mitos que ainda estão muito associados a esta temática em determinadas classes profissionais, o trabalho está mais dificultado".

Daniel Cotrim dá o exemplo dos juízes e recorda o polémico acórdão do magistrado Neto Moura.

Já sobre os agentes de segurança, o dirigente realça que "muito tem sido feito nos últimos anos relativamente à formação e à criação de equipas especializadas" no entanto "as próprias polícias ainda têm grandes dificuldades e falta de meios operacionais para lidar com este tipo de matérias".

O mesmo se passa em relação aos profissionais de saúde. Daniel Cotrim sublinha que esta "é a principal porta de entrada de casos de violência doméstica" e por isso "tem de se fazer cada vez mais formação (...) e especialização dos profissionais que trabalham nestas matérias".