Ministro das Finanças desvaloriza o agravamento das contas do défice até maio.
Mário Centeno garante que Portugal vai cumprir a meta do défice. Não há problemas na execução orçamental, nem qualquer desvio inesperado, assegurou o ministro das Finanças durante o Ciclo de Conversas "30 Portugueses 1 País", esta tarde no Hotel PortoBay, em Lisboa.
"Por exemplo, o adiamento da receita do IRC de maio para junho significou que entrou - a menos - no mês de maio um valor superior a mil milhões de euros de receita face ao mês de maio do ano passado. Adiámos para junho porque achámos por bem que, havendo uma alteração no modelo 22, as empresas tivessem mais um mês para preparar e poder fazer o preenchimento dessa informação, não há nenhum problema para a execução orçamental."
"Pelo terceiro ano consecutivo as contas estão em linha, em ordem, e vamos, no final do ano, cumprir, porque é o objetivo para o país e que permite que a credibilidade seja a palavra-chave deste ciclo político."
A despesa aumentou 2,9% nos primeiros cinco meses do ano, enquanto do lado da receita há uma queda de 2,3%. De acordo com o boletim de execução orçamental, as receitas caíram 7% no IRS e 73,6% no IRC.
Nos impostos indiretos, o Estado arrecada mais dinheiro em todas as rubricas, com destaque para o IVA, em que se verifica um aumento de 5,2%, e para o ISP (imposto sobre produtos petrolíferos), em que há um acréscimo de 2,2%.
Sem contar com os juros (saldo primário), o excedente ascendeu a 1.505 milhões de euros.