Política

Prédio de Robles esteve à venda como "ideal para arrendamento de curta duração"

O vereador do Bloco de Esquerda (BE) na Câmara Municipal de Lisboa, Ricardo Robles, fala aos jornalistas sobre o caso da venda de um imóvel na zona de Alfama, durante a conferência de imprensa que decorreu na sede Nacional do partido em Lisboa, 27 de julho de 2018. ANTÓNIO COTRIM/LUSA LUSA

Imóvel em Alfama esteve à venda em 2017 para alojamento local.

O prédio de Ricardo Robles esteve à venda no ano passado como potencial para alojamento local em Alfama.

Apesar de o prédio já não estar no mercado, no anúncio da imobiliária publicado em 2017, a que o jornal Público teve acesso, pode ler-se que os "apartamentos estão prontos para serem utilizados em short term rental" (arrendamento de curta duração).

Escreve-se ainda esta é uma "oportunidade única em área turística no coração de Lisboa".

O vereador da Câmara Municipal de Lisboa está a ser alvo de uma polémica em torno de um prédio que tencionava vender por um valor quase 13 vezes do que pagou, apesar de condenar amplamente a especulação imobiliária nas reuniões da autarquia e na última campanha eleitoral.

O prédio junto ao Museu do Fado foi comprado à Segurança Social por Ricardo Robles e pela irmã, Lígia Robles, em meados de 2014 por 347 mil euros. Foi alvo de obras e no final de 2017 esteve à venda numa imobiliária especializada em imóveis de luxo com uma avaliação de 5,7 milhões de euros.

O bloquista garante que não vê "qualquer contradição" entre as posições políticas e o seu investimento e justifica que a venda se deve a "razões familiares", garantindo que não se vai demitir do cargo de vereador da Câmara Municipal de Lisboa.

Mais apartamentos?

Além da propriedade que levantou a polémica, Ricardo Robles tem também um apartamento na Rua do Conde de Redondo, onde habitava, e que agora está no mercado de arrendamento.

Segundo o Observador, que consultou o bloquista para confirmar estas informações, este apartamento está vago. Pedem-se 1.300 euros de renda mensais. De acordo com a informação disponibilizada ao Tribunal Constitucional, o apartamento tem cinco divisões e em 2014 tinha um valor patrimonial de 65.700 euros.

O semanário Sol diz por sua vez que o vereador tem na zona do Saldanha um outro apartamento para arrendar, notícia que o vereador desmente no Facebook.