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João Amoêdo: o criador do NOVO que corre maratonas e quer privatizar tudo

Brazil's presidential candidate of Novo party Joao Amoedo attends the GovTech seminar in Sao Paulo, Brazil August 7, 2018. REUTERS/Paulo Whitaker REUTERS

A TSF preparou os perfis dos principais candidatos ao poder no Brasil. Começamos por João Amoêdo, que há oito anos fundou e presidiu ao NOVO, o partido liberal de direita que agora o quer ver no Planalto. As sondagens colocam Amoêdo no sexto lugar, com pouco mais de 3%.

Antigo banqueiro, rico, adora desporto, acredita que a gestão das empresas públicas deve ser entregue a privados, diz que se fartou de um Brasil que não serve as pessoas e por isso criou um novo partido político: o NOVO. Em traços muito, muito gerais, este é João Amoêdo, um dos candidatos que foi encarado pela imprensa brasileira como uma das mais sólidas alternativas à direita - mais concretamente a Jair Bolsonaro-, mas que nunca "descolou" nas sondagens.

João Dionísio Filgueira Barreto Amoêdo, carioca de 55 anos, viu durante algum tempo, sobretudo no início da pré-campanha presidencial no Brasil, a declaração de rendimentos que apresentou sobrepor-se a tudo o resto. E isso aconteceu porque Amoêdo, antigo membro do Conselho de Administração do Banco Itaú e do Unibanco, declarou ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) um património de 425 milhões de reais, mais de 87 milhões de euros.

Banqueiro (re)conhecido, Amoêdo é o candidato presidencial do Novo, que fundou em 2010 e que começou oficalmente a atividade em setembro de 2015.

"Em 2010, junto com 180 cidadãos que não eram políticos, fundou o NOVO: um partido com filiados ficha-limpa, que faz processo seletivo para seus candidatos e o único que se mantém apenas com doações voluntárias de seus apoiadores, sem usar dinheiro público. Um partido de princípios e valores, que acredita no poder e na capacidade das pessoas", lê-se na página do partido.

Assumidamente liberal, João Amoêdo afirmou, várias vezes já durante a campanha, que se for eleito vai privatizar a Petrobras, e que o Banco do Brasil, os Correios e a Eletrobras, por exemplo, também deveriam seguir o mesmo caminho. Para Amoêdo, "a gestão privada terá sempre melhores incentivos que a gestão pública".

Na última sondagem da Datafolha, João Amoêdo registou 3% das intenções de voto, o que o coloca no 6º lugar e fora do debate final na TV Globo, na próxima quinta-feira, dia 4 de outubro.

Estudante aplicado, atleta completo

Antes de chegar à banca e de construir fortuna, João Amoêdo formou-se, ao mesmo tempo, em engenharia civil pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em administração de empresas pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ). Frequentou os dois cursos em simultâneo e aos 22 anos licenciou-se nos dois. Começou como trainee no banco Citibank e aos 25 anos chegou a gerente.

Amante de desporto, Amoêdo já completou dez maratonas e fez seis provas de triatlo "ironman" (3,8 quilómetros de natação, 180 quilómetros de ciclismo e 42 quilómetros a correr).

Na reta final da campanha presidencial do Brasil, a TSF está a publicar os perfis dos principais candidatos. Conheça Marina Silva, Geraldo Alckmin e Ciro Gomes antes das eleições do próximo domingo, dia 7 de outubro.