"Enriqueceu a vida cultural" e é um dos "principais conjuntos da música contemporânea": Remix Ensemble faz 25 anos
Peter Rundel, o maestro que dirige o Remix Ensemble há 20 anos, defende que esta pequena orquestra preencheu um espaço na cultura portuguesa. "Portugal não tinha naturalmente um conjunto profissional a tempo inteiro para a música contemporânea", sublinha
Corpo do artigo
O Remix Ensemble, agrupamento da Casa da Música dedicado à música contemporânea, celebra 25 anos num concerto, na terça-feira, sendo uma formação hoje tida como indispensável, que deve continuar a ser celebrada.
Foi criado antes da Casa da Música estar feita, a pensar na Porto 2001 - Capital Europeia da Cultura e foi lá que se instalou quando ficou pronta há 20 anos. Um quarto de século a interpretar os compositores clássicos contemporâneos dentro de casa e fora de portas. Atravessou o continente europeu, levou músicas portuguesas aos principais palcos europeus e trouxe estreias dos principais nomes da música contemporânea.
Peter Rundel, o maestro que dirige o Remix Ensemble há 20 anos, defende que esta pequena orquestra preencheu um espaço na cultura portuguesa.
"Portugal nessa altura não tinha naturalmente um conjunto profissional a tempo inteiro para a música contemporânea. Agora, 25 anos depois, o Remix Ensemble não só existe, como enriqueceu muito a vida cultural aqui e em Portugal", afirma.
Na festa de aniversário, o Remix Ensemble estreia uma versão revista e aumentada do ciclo de canções de Schubert, A Bela Moleira, interpretadas pelo tenor Christoph Prégardien.
O maestro Peter Rundel assegura que dirigir o Remix Ensemble é um motivo de orgulho.
"Tenho orgulho de poder fazer parte disso. Tenho muito orgulho dos meus músicos, que são músicos fabulosos e pessoas fabulosas. O facto de a Casa da Música ter encomendado muitas primeiras atuações com outros parceiros foi uma estratégia que valeu a pena, no sentido em que em basicamente todas as grandes cidades europeias e no mundo da música contemporânea o Remix se estabelece como um, entre outros, dos principais conjuntos da música contemporânea", argumenta.
A obra a interpretar esta noite na Sala Suggia da Casa da Música é uma estreia mundial, mas há outras até ao final do ano. As celebrações hão de terminar em dezembro com o regresso de Yellow Shark, a última composição de Frank Zappa.