É com dois músicos lisboetas e dois músicos romanos que se inicia a semana do Jazz em Agosto, com os Tetterapadequ a subirem ao palco do Anfiteatro ao Ar Livre da Gulbenkian, às 21h30.
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O nome de guerra - Tetterapadequ - pode parecer esquisito, mas a verdade é que entra no ouvido... e fica. E a estória da designação deste quarteto luso-italiano é fácil de explicar. Quando os portugueses Gonçalo Almeida (contrabaixo) e João Lobo (bateria) estudavam nos conservatórios de Haia e Roterdão, conheceram os italianos Daniele Martini (sax tenor) e Giovanni di Domenico (piano). Coisa mais natural do mundo do Jazz, começaram a tocar juntos em 2005 e tinham como poiso habitual o clube de Jazz "De Patter" em Haia.
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E de tal forma eram assíduos, que ficaram a ser conhecidos como "De Patter Quartet". Mas o nome era demasiado mainstream para quem tinha uma forma de estar no Jazz fora de qualquer conceito institucional, em termos musicais.
E a forma de dar a volta ao assunto foi fácil: isolaram-se as letras que compunham "De Patter Quartet", reposicionaram-se e daí nasceu o anagrama Tetterapadequ. Só que, aqui, e se fizermos o exercício de juntar as letras, chegamos à conclusão de que falta um "R". E a falta desse "R" deu origem ao título do álbum de estreia do quarteto: "And The Missing R" (editado em 2008) ao qual se seguiu "Chopingle" (de 2009) e, mais recentemente, "Descanso Del Dopo Popo", um EP com seis temas.
Assentando a música que fazem na total improvisação, a sonoridade dos Tetterapadequ respira liberdade e excentricidade em todas as notas, classificando-a os seus executantes como "confusionismo".
Por tudo isto, do concerto dos Tetterapadequ no Jazz em Agosto esta segunda-feira, há que esperar apenas uma coisa: tudo pode acontecer. Em especial, o mais inesperado e inusitado.