O país convidado é o Canadá, mas os 580 filmes que vão ser exibidos chegam de todo o mundo. A TSF conversou com Fernando Galrito, diretor da Monstra, sobre o 18.º Festival de Animação de Lisboa.
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Duas efemérides ajudaram a escolher o país convidado para esta edição da Monstra: os 80 anos do National Film Board of Canada, que financia e produz cinema de animação, e os 105 anos do nascimento de Norman McLaren, nome histórico do cinema de animação. No total, são mais de 150 filmes que os espetadores vão poder ver para conhecer melhor o que tem sido feito neste instituto que há oito décadas que promove o cinema de animação enquanto arte.
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A longa-metragem "Cai na real, Corgi", de Ben Stassen, é o filme de abertura e o realizador belga vai estar presente na sessão desta quarta-feira, no Cinema São Jorge, em Lisboa.
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O festival terá sete longas-metragens na competição internacional, com filmes que já foram premiados e exibidos em festivais internacionais, como "Mirai", de Mamoru Hosoda, "Funan", de Denis Do, ou "Tito e os pássaros", produção brasileira de Fustavo Steinberg, André Catoto e Gabriel Bitar.
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Quanto a Portugal, este ano o festival recebeu inscrições de 84 filmes portugueses, todos curtas-metragens, tendo sido selecionados 14. Destes, dez curtas-metragens portuguesas, integram a competição oficial,entre as quais "Agouro", de Vasco Sá e David Doutel, "Entre Sombras", de Mónica Santos e Alice Guimarães, "Porque é este o meu ofício", de Paulo Monteiro, "Não alimentem estes animais", de Guilherme Afonso e Miguel Madaíl de Freitas, "Ensaio sobre a morte", registo documental de Margarida Madeira, "Moulia", de Rui Cardoso, "À flor da pele", de Francisca Coutinho, "Sentir-me", de Débora Rodrigues, Joana Flauzino e Vanessa Santos, "Outubro 28", de Tiago Albuquerque, e "À tona", de Filipe Abranches.
Este ano, na retrospetiva dedicada ao cinema de animação japonês, a Monstra dedica uma homenagem ao realizador Satoshi Kon, que em 2010 faleceu com 46 anos, exibindo as quatro longas-metragens, produzidas entre 1997 e 2006.
Há também uma retrospetiva intitulada "A BD no Cinema de Animação", com a exibição de cinco longas-metragens inspiradas nas histórias do marinheiro Corto Maltese. Também Tintim, a célebre personagem da animação e da BD, vai estar presente na Monstra com o filme "Tintim e os Prisioneiros do Sol", uma obra de 1969 que comemora agora 50 anos desde a estreia.
Como é habitual, a Monstra inclui várias exposições. Até 21 de abril é possível ver no Museu da Marioneta, em Lisboa, "A Magia dos Estúdios Aardman" , e na Sociedade Nacional de Belas Artes, há uma mostra sobre os 25 anos de trabalho conjunto de Abi Feijó e Regina Pessoa.
Há ainda espaço para a Monstrinha , com cinema de animação para os mais pequenos e famílias nos próximos dois fins de semana (23, 24, 30 e 31 de março). No ano passado, a Monstra somou mais de 60 mil espetadores e participantes, entre os quais 20 mil crianças.
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Na edição deste ano haverá também uma homenagem ao realizador belga Raoul Servais, uma masterclass de Peter Lord, um dos fundadores dos estúdios Aardman, e uma atuação do músico congolês-canadiano Pierre Kwenders com desenho ao vivo de António Jorge Gonçalves.
O 18.º Festival de Animação de Lisboa decorre até 31 de março e apresenta sessões no Cinema São Jorge, Cinema City Alvalade, Cinema Ideal e Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, em Lisboa, e sessões Monstrinha em mais de 100 escolas dos concelhos de Lisboa, Almada, Sintra, Barreiro, Salvaterra de Magos, Ferreira do Alentejo, entre outros.