
Rita da Silva Vieira/TSF
Clube do campeonato de Portugal vai jogar no Estádio do Dragão para a Taça de Portugal. A TSF almoçou com o presidente Jorge Gurita, com o treinador David Maside e com José Augusto, artista, pescador e sócio do clube, que acredita no "peixe" na rede
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Foram trinta minutos de carro entre o Estádio do Sintrense e o restaurante Adega das Azenhas. A TSF apanhou boleia de Jorge Gurita, presidente da SAD do Sintrense, para nos conhecermos um dos grandes adeptos do clube de Sintra. Somos recebidos à porta por José Augusto, dono do restaurante, que nos encaminha para uma mesa recheada, preparada com todo o cuidado. À nossa volta estão quatro camisolas expostas, todas amarelas, todas do Sintrense.
No caminho até à mesa, somos brindados pelas paredes do restaurante recheadas de quadros pintados por José Augusto. Para além de mestre da cozinha, é também pintor nas horas vagas, com uma paixão pelo mar. "Eu adoro o mar, é uma das coisas que mais gosto. Eu nasci aqui, numa casa, sou daqui mesmo e aprendi a pintar sozinho. Não andei na escola para isso. O que mais gosto é de pintar com as mão, sentir a tinta", descreve-nos.
Na mesa onde nos sentamos, com lugar e comida para muitos mais, José Augusto mostra-nos os prémios que já venceu com a sua arte. Tem também um papel, a página da agenda de marcações do restaurante que foi usada para rascunho, onde escreveu aquilo que sente pelo Sintrense. "O Sintrense para mim é o clube da vila mais romântica de Portugal. Vila, sim, porque cidade não é. Isso é Lisboa, Paris...", vai contanto ao lado do presidente do clube. É aí que começam o debate sobre aquilo que querem para o clube que os dois tanto gostam.

"Pelo menos que entrem em campo e dignifiquem as camisolas. Isso é a parte mais importante para mim daquilo que vai acontecer no sábado, no Estádio do Dragão", confessa Jorge Gurita. Com o treinador David Maside já à mesa, os três relembram histórias dos pequenos "tomba-gigantes" da Taça de Portugal, esperando que o nome do Sintrense venha a fazer parte dessa lista. "Já se ganhou ao Vizela, já se ganhou ao Rio Ave, e vai-se ganhar ao FC Porto. Qual é o problema", diz José Augusto entre gargalhadas sonoras. "Sou pescador e quando vamos à pesca, o zero é garantido. Mas pode sempre vir um peixe. Acho que temos hipóteses, temos de lutar... e se ganharmos, vai ser um orgulho enorme".
É a esta crença a que se agarram os três. Discutem probabilidades, táticas e os sonhos de jogar no Estádio do Dragão. Entre gargalhadas, o presidente faz um pedido especial a José Augusto: quer um quadro com as cores do Sintrense feito pelo artista da mesa. Mas as promessas vão mais longe. José Augusto assegura que se voltarem do Dragão com uma vitória e a passagem aos oitavos de final da Taça de Portugal, o plantel tem garantido um almoço na Adega das Azenhas, com direito a abrir uma garrafa de vinho do Porto e tudo.
