Numa das saídas de Luanda para sul, fica Morro Bento, onde muitos se juntam no "Tchiga Me", restaurante em que por estes dias se vibra com a seleção de Cabo Verde na Taça das Nações de África em futebol.
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No restaurante, aberto há cerca de 10 anos, o dono da bola é Fernanda Lima, cabo-verdiana natural da Cidade da Praia e a residir há 31 anos em Angola.
Como ela são cerca de 50 mil os cabo-verdianos que escolheram Angola para residir, mas apenas 17 mil estão inscritos no Consulado, disse à Lusa o embaixador de Cabo Verde em Luanda, Domingos Mascarenhas.
«Constatamos agora o número cada vez maior, sobretudo de jovens, que pedem a nacionalidade cabo-verdiana. É indicador do interesse acrescido que esses descendentes têm pelo país», afirma.
Os cabo-verdianos radicados em Angola estão distribuídos pelas províncias de Luanda, Benguela, Huíla, Cuanza Sul, Cabinda e Bengo.
«Os cabo-verdianos que vivem em Angola estão em todas as áreas de atividade. Historicamente há um grupo ligado à agricultura, porque a maior parte dos cabo-verdianos que veio para aqui, nas décadas de 1940, 1950 e 1960, estava muito ligada à agricultura», explicou o diplomata.
Domingos Mascarenhas vai acompanhar o jogo desta sábado contra o Gana, a contar para os quartos-de-final em casa e à semelhança de Fernanda Lima «fé e esperança» é que não faltam. Fernanda Lima, mais expansiva, não tem dúvidas: «vamos ganhar e fazer depois uma grande festa».
Nos outros jogos de Cabo Verde, os 150 lugares do "Tchiga Me" foram largamente ultrapassados pelos 500 que assistiram à vitória sobre Angola, quando a cachupa venceu o funge. A festa saiu do espaço de restauração e abraçou Morro Bento, o enredo que todos esperam ver repetido sábado contra o Gana.
A formação cabo-verdiana empatou os dois primeiros encontros, com a anfitriã África do Sul (0-0) e Marrocos (1-1), e venceu a equipa de Angola por 2-1.