Cabo Verde no Mundial. A concretização "do sonho de uma nação" no desporto "rei" pode "abrir novas portas"
À TSF, o responsável pela tutela do Desporto cabo-verdiana, Carlos do Canto Monteiro, afirma que o Governo fez um "investimento sério" em "praticamente todas as modalidades" e garante que os atletas "não deixarão de participar em campeonatos por falta de recursos financeiros"
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O ministro do Desporto de Cabo Verde considera que o apuramento da seleção nacional de futebol para o Campeonato do Mundo 2026 é a "concretização do sonho de uma nação", que pode "abrir novas portas" aos jogadores.
Os Tubarões Azuis venceram na segunda-feira a equipa nacional de Essuatíni por 3-0 e, pela primeira vez na história, carimbaram o passaporte para um Mundial.
Em declarações à TSF, Carlos do Canto Monteiro aponta que a concretização "do sonho de uma nação", que "ama o desporto", pode trazer novas e melhores oportunidades para os futebolistas cabo-verdianos.
"O futebol tem o seu poder no mundo, é o desporto rei na maior parte dos países. O Campeonato do Mundo é um dos maiores eventos a nível global, e esperamos sobretudo que isto, mais do que a imagem do país, possa trazer novas oportunidades e abrir novas portas aos jogadores cabo-verdianos", afirma.
O responsável pela pasta do Desporto nota, contudo, que a conquista da seleção advém também de uma "mudança de paradigma", levada a cabo pelo Governo liderado por Ulisses Correia e Silva.
"Quisemos mudar o jogo, com um investimento sério no desporto, em praticamente todas as modalidades", adianta, referindo desde logo a criação de novas políticas e programas, que incluem bolsas desportivas e de atletas, bem como o financiamento para as participações internacionais em várias modalidades.
Prova disto mesmo, argumenta, é a entrega da medalha de bronze olímpica a David Pina, que se tornou no primeiro atleta de Cabo Verde a conquistar uma medalha nos jogos de Paris, em 2024. Sem este compromisso por parte do Executivo cabo-verdiano, "não há a possibilidade de obter grandes resultados".
"Nós definimos como objetivo que Cabo Verde deverá participar em todos os campeonatos de África, Campeonatos do Mundo e Jogos Olímpicos. Os nossos atletas tiveram a oportunidade de se qualificar. E não deixarão de participar por falta de recursos financeiros", assegura.
Carlos do Canto Monteiro espera agora ir aos Estados Unidos da América apoiar a seleção de Cabo Verde, mas garante que, se tal não for possível, fá-lo-á "em qualquer parte do mundo com a mesma garra". E acrescenta que o Estado africano "vai ser dos países que pode colocar mais nacionais no estádio", sobretudo se os duelos se travarem na costa este, na zona de Massachusetts e Rhode Island, onde a comunidade cabo verdiana marca uma forte presença.
