Da cerveja portuguesa bebida com os All Blacks à "coragem" de 2007. Lobos regressam ao topo do râguebi
Portugal vai participar pela segunda vez num Campeonato do Mundo de Râguebi e a TSF conversou com Tomaz Morais, o selecionador que comandava a equipa na primeira vez que os lobos participaram nesta competição.
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Há mais qualidade e capacidade competitiva, mas é preciso levar a mesma garra e paixão que os Lobos levaram em 2007 para França, no último mundial de râguebi em que a seleção portuguesa esteve presente. As palavras são de quem conduziu Portugal no último Campeonato do Mundo e de quem conhece de trás para a frente o râguebi português. O Mundial de râguebi começa esta sexta-feira, em França, e conta presença de Portugal pela segunda vez na história. Em 2007, na última vez em Portugal participou, Tomaz Morais era o selecionador nacional e, em entrevista à TSF, explica que os resultados podem ser melhores este ano.
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"Pela qualidade da equipa, pela preparação feita e pelos resultados obtidos, as expectativas são altas. Espero ver o coração de Portugal no Mundial, isto é, jogarem de uma forma apaixonada. E também com aquilo que tem caracterizado o râguebi português ao longo da sua história, que é um jogo dinâmico, aberto, na procura de espaços e que, sobretudo, agarre os portugueses à televisão", começa por dizer Tomaz Morais.
Portugal está inserido no Grupo C e estreia-se com o País Gales, no dia 16 de setembro. Depois joga com a Geórgia, dia 23, com a Austrália, dia 1 de outubro e com as Ilhas Fiji , no dia 8. Tomaz Morais não tem dúvidas que "os jogos prometem ser mais equilibrados. Passaram 16 anos e, agora, grande parte dos jogadores da seleção são profissionais e trabalham com grande ritmo competitivo. A maior parte deles joga no campeonato francês que é exatamente competitivo. Os jogadores estão preparados de outra forma", explica à TSF.
O antigo selecionador nacional está confiante que Portugal faça um bom Campeonato do Mundo, mas para que isso acontece, entende que é fundamental "não perder a característica que a equipa de 2007 tinha: a paixão pelo jogo e a grande coragem". Sublinha Tomaz Morais, que "jogar bem e bonito não chega, vai ser preciso coragem."
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Tomaz Morais, atualmente a dirigir a formação do Sporting Clube de Portugal, foi selecionador de râguebi entre 2001 e 2010 e recorda um dos momentos mais especiais dessa passagem pela seleção: o jogo frente à Nova Zelândia no Mundial, os All Balcks, como é conhecida a seleção da Oceânia. O momento mais marcante para Tomaz Morais, aconteceu depois do jogo, nos balneários, quando os jogadores da Nova Zelândia "recusaram-se a dar autógrafos dizendo que nós também éramos colegas de competição. E também o elogio que o selecionador neozelandês nos deu, quando disse que demos uma lição à equipa dele naquilo que é a paixão pelo jogo e os valores e os princípios naturais do jogo." São momentos que ficaram na memória de Tomaz Morais, assim como o período de convívio também após o jogo: "Na altura, éramos patrocinados por uma cervejeira e tínhamos de convidar os neozelandeses a provar a nossa cerveja!"
Em jeito de remate, Tomaz Morais deixa ainda uma mensagem aos Lobos que vão participar neste Mundial: "Que eles consigam fazer-nos acreditar. Somos capazes de fazer aquilo que muitos não acreditam. Que cada placagem. cada passe, cada corrida com bola, seja com a alma que nos caracteriza a nós, os lobos, e que caracteriza os portugueses."