Diogo Ribeiro é vice-campeão do mundo nos 50 metros mariposa e faz história na natação portuguesa
A estreia em Mundiais sénior do nadador de 18 anos é um feito histórico. É a primeira vez que Portugal conquista uma medalha.
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O nadador português Diogo Ribeiro sagrou-se vice-campeão do mundo nos 50 metros mariposa, nos mundiais de natação, que estão a decorrer em Fukuoka, no Japão. É a primeira vez que Portugal conquista uma medalha num campeonato do mundo de natação.
O feito histórico do jovem de 18 anos, que se estreia em Mundiais sénior, foi conseguido com um tempo de 22,80 segundos - recorde nacional -, ficando atrás do italiano Thomas Ceccon e à frente do francês Maxime Grousset.
"Estou sem palavras! Ainda não acredito. É um sonho tornado realidade! Sabia que podia sonhar. Encarar uma prova de cada vez. Estar focado e dar tudo!", afirma Diogo Ribeiro, citado pela Federação Portuguesa de Natação.
NATAÇÃO PURA
- FPN (@fpnatacao) July 24, 2023
Mundial de Fukuoka 2023.
Diogo Ribeiro é PRATA nos 50 mariposa!
Recorde nacional 22,80!
Italiano Thomas Ceccon é ouro e o francês Maxime Grousset, bronze.
RESULTADOS e DIRETO: https://t.co/ak6ASbHWq5 pic.twitter.com/v6slQYVIEG
Esta é a segunda medalha de Diogo Ribeiro em competições seniores, depois de ter sido terceiro nos Europeus de 2022, em Roma, na mesma distância.
Em mundiais, Portugal apenas tinha conseguido um 5.º lugar nos 200 bruços, em Madrid1986, e um oitavo lugar nos 50 costas, em Perth1991, alcançados respetivamente por Alexandre Yokochi e Ana Barros.
À TSF, o antigo nadador português Paulo Frischknecht afirma que a conquista de Diogo Ribeiro "passa a natação para um nível completamente distinto".
"Ele [Diogo Ribeiro] acaba por conseguir dois feitos numa mesma prova e no espaço de 24 horas. Por um lado, ser um dos poucos portugueses a chegar a uma final num campeonato do mundo absoluto e, depois, conseguir uma medalha", sublinha.
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O presidente da Federação Portuguesa de Natação, António Silva, que assistiu a este feito de Diogo Ribeiro no Japão, fala num "resultado de uma dimensão inimaginável há uns tempos atrás".
"Não é todos os dias que se comemora, aliás, nunca tivemos este feito de um nadador português a ter um resultado desta magnitude numa prova desta importância. Estamos todos de parabéns", afirma, em declarações à TSF.
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Revelando que Diogo Ribeiro é um atleta que "se supera em situações de stress competitivo elevado", António Silva confessa que tinha a "secreta esperança" de que o nadador fosse ao pódio, tendo, por isso, pedido anteriormente para que fosse o mesmo a entregar-lhe a medalha.
"Isto é um marco que se ultrapassa: é a possibilidade de os nossos nadadores acreditarem que é possível, face àquilo que os outros já alcançaram, e o Diogo mais uma vez faz história e faz acreditar todos os outros que é possível alcançar estes resultados de dimensão mundial", defende.
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À boleia deste feito, o presidente da Federação Portuguesa de Natação pede mais medalhas nos Mundiais, considerando que existem ainda "outras grandes possibilidades" na equipa para que se possa continuar a fazer "história" pela nação.
António Silva afirma ainda que esta medalha de prata é também o resultado de uma forte aposta que tem sido feita pela Federação, que em 10 anos passou de "10 mil praticantes para cerca de 120 mil".
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O Mundial de natação decorre até ao próximo domingo, 30 de julho, em Fukuoka, no Japão.
Entre os outros portugueses esta segunda-feira em competição, João Costa garantiu um lugar nos Jogos Olímpicos Paris2024, ao bater o recorde nacional dos 100 metros costas nas eliminatórias, com a marca de 53,71, melhorando o anterior máximo português (53,87), que já lhe pertencia.
Nas meias-finais, o nadador do Vitória de Guimarães obteve o 16.º tempo, cronometrando 54,30, a 2,14 do mais rápido, o italiano Thomas Ceccon, que pouco depois de sagrou campeão mundial dos 50 mariposa, na final em que o português Diogo Ribeiro conseguiu a prata.
Camila Rebelo, que também já tem mínimos olímpicos nos 200 metros costas, fez o 24.º tempo, entre 61 nadadoras inscritas, nas eliminatórias dos 100 metros costas, com 1.01,27 minutos, e ficou fora as meias-finais.
Nas eliminatórias dos 100 metros bruços, Ana Pinho Rodrigues terminou com 1.09,97 minutos, conseguindo o 37.º tempo entre 57 nadadoras inscritas.
Nos 1.500 livres, Tamila Holub terminou a sua série com nas eliminatórias com 16.30,39 minutos, conseguindo o 20.º tempo, enquanto Diana Durães cronometrou 17.05,18, conseguindo a 28.º marca, numa distância em que a qualificação para a final fechou nos 16.01,95.
Notícia atualizada às 15h51