Roma não se construiu num dia, mas caiu numa noite. FC Porto nos quartos da Champions
Ouça as reações na TSF e veja os golos. Vitória por 3-1 em casa vale passagem dos dragões aos quartos-de-final.
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O FC Porto recebeu esta quarta-feira a AS Roma na segunda mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões e, embora tenha precisado de 120 minutos para decidir a eliminatória, conseguiu a passagem aos quartos-de-final. Os dragões tinham perdido por 2-1 no Estádio Olímpico, com o único golo dos azuis e brancos a ser marcado por Adrián. No Porto, Alex Telles acabou por decidir a eliminatória quando, aos 115, converteu com sucesso uma grande penalidade.
Neste combate de romanos contra portistas, entraram melhor os homens da casa. Aos dois minutos, já Corona rematava de primeira no seguimento de um pontapé de canto. A bola não passou assim tão longe do canto superior esquerdo da baliza de Olsen, pelo que ficou dado o aviso.
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Os dragões iam criando perigo, sobretudo pelos pés do mexicano que fez os primeiros dez minutos em alta rotação. Precisamente à passagem da primeira dezena de minutos, Corona lá furava outra vez a grande área romana e visava a baliza. Olsen defendeu para a frente, Telles não conseguiu emendar.
Os romanos iam erguendo uma autêntica muralha à frente da sua baliza, algo que o alinhamento com três centrais (Juan Jesus, Manolas e Marcano) e dois trincos (De Rossi e Nzonzi) já fazia prever. Zaniolo era o homem encarregado de fazer a ligação "defesa-ataque", ele que na primeira mão tinha feito um bis. Do lado do FC Porto, Corona era uma espécie de torre de assalto que ia lançando projéteis.
Na grande área dos romanos, apesar do pouco espaço, Soares ia conseguindo encontrar formas de criar perigo, embora não o conseguisse efetivar. Primeiro, falhou por milímetros o desvio de cabeça após um cruzamento de Militão. Segundos depois, foi a partir da esquerda que Corona cruzou, mas dessa vez Soares não conseguiu sequer aproximar-se da bola.
Marca um, marca o outro
A ofensiva portista tanto insistiu que acabou por ser feliz. Marega foi ao meio-campo roubar a bola a Manolas e deu-a de imediato a Corona. O mexicano conduziu até à grande área romana e devolveu-a ao maliano, que entretanto já o tinha ultrapassado. Marega colocou a bola no meio e Soares, a um metro da linha de baliza, só precisou de encostar. Aos 26', estava feito o 1-0 e o FC Porto colocava-se em vantagem na eliminatória.
A noite parecia correr bem aos dragões, mas depressa perceberam que não era bem assim. Dentro da grande área portista, Militão parou Perotti em falta e provocou uma grande penalidade. O capitão De Rossi assumiu a responsabilidade e não falhou: Casillas para um lado, bola para o outro e o empate aos 36'.
O FC Porto podia ter regressado à liderança do marcador pouco depois. Herrera tirou um adversário da frente e rematou colocado ao canto superior, mas Olsen voou para a bola e impediu o mexicano de festejar. Quem também não teve razões para festejar foi De Rossi que, em cima do intervalo, precisou de sair após lesão, não mais regressando à partida. Chegava o intervalo no Dragão.
Os homens da Invicta entraram na segunda parte com a mesma vontade que tinham apresentado na primeira. Tanto que, aos 49 minutos, Soares podia ter marcado o segundo golo azul e branco. Militão cruza da direita, Marega penteia a bola e Soares, já em queda, cabeceia para o chão, mas a bola acaba por passar por cima da trave da baliza de Olsen. Um minuto depois, os mesmos protagonistas, mas com as posições trocadas: Soares deu a Marega e o maliano, já descaído para a direita, rematou cruzado mas Olsen negou-lhe o golo.
Eliminatória empatada
Avisaram uma, avisaram duas, e à terceira foi de vez. Corona cruza a partir da esquerda e Marega - rapidíssimo - desmarca-se entre os centrais romanos, só precisando de encostar. Olsen ainda lhe apareceu pela frente, mas acabou dentro da baliza, tal como a bola. Estava empatada a eliminatória aos 54'.
A Roma ia tentando, timidamente, esboçar uma reação. Dzeko era quem mais batalhava lá na frente, mas a forma como caía nas alas acabava por deixar os italianos sem qualquer referência na grande área portista, algo que Pepe e Felipe agradeciam.
Na outra baliza, o guarda-redes sueco da Roma aparentava ter mais descanso, muito por culpa do acerto defensivo de Manolas. Quando o grego falhou, a Roma ficou muito, muito perto de sofrer o terceiro. Brahimi surge na cara de Olsen mas, à meia volta, não foi capaz de bater o guarda-redes romano e, quem sabe, decidir a eliminatória.
Quem também falhou foi Pepe. O central português - que já estava amarelado e falha, portanto, o próximo jogo na Champions - entregou a bola a Pellegrini. O italiano, com Felipe pela frente, acabou por atirar para longe da baliza de Casillas, mas os dragões ainda se assustaram.
Até aos 90', a Roma ainda teve a oportunidade de decidir a eliminatória através de um livre direto frontal, mas Pellegrini não conseguiu fazer com que a bola ultrapassasse a barreira. No final do tempo regulamentar repetia-se o resultado de Roma: o 2-1 obrigava a mais 30 minutos de jogo.
Prolongamento no Dragão
Voltou a entra melhor no jogo o FC Porto. Marega teve a oportunidade de golo mais flagrante aos 94 minutos, mas não foi capaz de marcar o terceiro do FC Porto... nem de lançar a bola, numa reposição lateral, dois minutos depois. Valeu a simpatia de Çakir, que permitiu a repetição do lançamento de linha lateral. A partida atingiu os 105 minutos sem que o marcador se alterasse.
Aos 108 minutos, a Roma reapareceu no jogo por meio do inevitável Edin Dzeko. Kolarov bateu um canto a partir da esquerda e o bósnio, no centro da grande área, cabeceou para fora. Dois minutos depois, Dzeko de novo: descaiu para a esquerda, trocou os pés a Felipe e rematou a meros centímetros da trave de Casillas.
Mais dois minutos, mais Dzeko. Desta vez, foi Pepe quem salvou os portistas, depois do ponta de lança bósnio ter picado a bola sobre Casillas. Valeu aos dragões o central português.
A Roma parecia prestes a virar a eliminatória a ser favor, mas Florenzi deitou tudo a perder. O lateral direito romano puxou Fernando Andrade dentro da grande área e Çakir foi ao VAR para consultar as imagens. Demorou, analisou e tomou uma decisão: penálti para o FC Porto.
Alex Telles assumiu a marcação e não tremeu: bola para a esquerda, Olsen caiu para o outro lado e o FC Porto voltou a liderar a eliminatória. 3-1 aos 115 minutos. Cinco minutos depois, susto para o Dragão: Marega envolve-se com Zaniolo dentro da grande área portista e o italiano cai. Çakir ouviu a opinião do VAR e mandou jogar. Suspiro de alívio coletivo na Invicta.
A Roma voltou a apostar tudo no ataque, mas já era tarde demais: o FC Porto está nos quartos-de-final da Liga dos Campeões.
Soares marcou aos 26'.
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De Rossi empatou a partida aos 36'.
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Marega empatou a eliminatória aos 54'.
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Alex Telles carimbou a passagem azul e branca aos 115'.
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Onze do FC Porto: Iker Casillas, Éder Militão, Pepe, Felipe, Alex Telles, Danilo, Herrera, Otávio, Corona, Soares e Marega
Onze da AS Roma: Robin Olsen, Karsdorp, Juan Jesus, Manolas, Marcano, Kolarov, Nzonzi, De Rossi, Perotti, Zaniolo, e Dzeko
Suplentes do FC Porto: Vaná, Maxi, Hernâni, Brahimi, Adrián, Fernando Andrade e Óliver Torres
Suplentes da AS Roma: Mirante, Cristante, Pellegrini, Schick, Santon, Florenzi e El Shaarawy
O jogo é apitado pelo turco Cüneyt Çakır, assistido pelos também turcos Bahattin Duran e Tarik Ongun. No VAR estará o polaco Szymon Marciniak, assistido pelo compatriota Pawel Gil.
Recorde aqui o jogo da primeira mão: San Iker é milagroso, mas não pode fazer tudo. Derrota não apaga chama dos dragões.