O resultado positivo por doping de Sara Moreira, nos Mundiais de Daegu, poderá não ser «um caso de contaminação» do suplemento alimentar, como foi defendido na semana passada, admite a Federação Portuguesa de Atletismo (FPA).
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«A verdade é que a substância [Methylhxaneamina] não está indicada no rótulo. Do ponto de vista técnico não se pode falar de um caso de contaminação, mas a IAAF [Federação Internacional de Atletismo] tem aceite esse tipo de justificação como se de contaminação se tratasse», disse Jorge Salcedo à agência Lusa.
O secretário-geral da FPA sublinhou que o organismo continua «acreditar na inocência da atleta», no dia em que o Diário de Notícias revela que o rótulo do suplemento alimentar Top Fuel Launch - Adrenaline Igniter indica a presença de óleo de gerânio, o qual contem methylhxaneamina.
«No rótulo, a methylhxaneamina não está indicada e o facto de ser integrante do óleo de gerânio não está mencionado», afirmou Jorge Salcedo.
O dirigente lembra que há exemplos de casos nos quais «a IAAF aceita como válido o argumento de que a substância não vem indicada no rótulo, para solicitar uma diminuição da pena».
«Era impossível que a Sara fosse tomar alguma coisa se soubesse que tinha um estimulante como este, primeiro porque é contra a utilização de substâncias dopantes e depois é uma rapariga inteligente», disse Jorge Salcedo, adiantando: «Se tomou é porque lhe foi garantido que o suplemento alimentar não o tinha.»
Numa conferência de imprensa realizada na quarta-feira, a FPA afirmou que Sara Moreira, que teve um controlo positivo nos Mundiais de Daegu, estava inocente e garantiu que o laboratório de bioquímica da Universidade de Colónia, Alemanha, confirmou a contaminação do suplemento alimentar tomado pela atleta.