Ex-governante e embaixador da Bsports condena "quaisquer atividades potencialmente ilícitas"
O ex-secretário de Estado do Tesouro e Finanças sublinha ter funções "não executivas" e que, quando visitou as anteriores instalações, não se apercebeu de qualquer atividade ilícita.
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O antigo secretário de Estado do Tesouro e Finanças, Miguel Frasquilho, é embaixador da academia de futebol BSports, investigada por suspeitas de tráfico de seres humanos, e num comunicado enviado à TSF, condena e diz não se rever em "quaisquer potencialmente menos lícitas" da responsabilidade da instituição. Acrescenta ainda que espera que tudo seja investigado, que a verdade seja esclarecida e todas as consequências sejam devidamente apuradas.
"Desconheço por completo o dia-a-dia corrente da Bsports Academy, bem como o que lá se passa, nem nunca visitei as atuais instalações. Nunca tive conhecimento de quaisquer práticas potencialmente menos lícitas que tenham sido cometidas no âmbito da Bsports Academy", pode ler-se na mesma nota de Miguel Frasquilho.
Neste comunicado, o ex-secretário de Estado do Tesouro e Finanças também diz que tem funções "não executivas", como embaixador, que se resumem a abordar entidades nacionais e internacionais, institucionais e empresariais, para apresentar o projeto desta academia de futebol que está agora sob suspeita de tráfico de seres humanos.
"Visitei as anteriores instalações da Bsports, no concelho de Paredes, em novembro de 2020 e não me apercebi de quaisquer atividades potencialmente ilícitas, pelo contrário - achei as instalações de grande qualidade, em conformidade com a avaliação e classificação feita pela DGERT", acrescentou o antigo secretário de Estado do Tesouro e Finanças.
No entanto, Miguel Frasquilho não esclarece se mesmo perante todas estas suspeitas vai manter-se ou não como embaixador desta academia de futebol.
A casa do presidente da Assembleia-Geral da Liga de clubes, Mário Costa, foi na segunda-feira alvo de buscas por parte do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) por suspeitas de tráfico de seres humanos.
A notícia foi avançada pelo jornal Expresso, que adiantou ainda que Mário Costa foi constituído arguido pelo Ministério Público por suspeitas de envolvimento em negócios ilegais relacionados com jovens jogadores de futebol oriundos do extremo-oriente e da América do Sul.