Na liga saudita, todos os treinadores são estrangeiros. Há alguns nomes conhecidos do futebol europeu entre os jogadores mais importantes. O crescimento do campeonato local faz-se também na melhoria das infraestruturas, nota o português Fábio Martins. Um campeonato com jogos de resultado aberto e muitos golos.
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A presença de Cristiano Ronaldo na liga saudita de futebol vem colocar o campeonato local nas bocas do mundo, mas o extremo português Fábio Martins (Al Khaleej) elogia, na TSF, a realidade local, notando melhorias nos clubes, tanto nas condições de trabalho como na qualidade de jogo.
"A chegada de Cristiano Ronaldo vai ter um impacto mediático evidente. (...) Ronaldo é uma máquina de marketing, isso para além de um excelente jogador. Leva multidões aos estádios, multidões que o idolatram. Tudo isto será muito importante não só para os clubes, mas para o país", acredita o extremo de 29 anos.
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"Os olhos vão estar postos aqui, e isso é bom para outros jogadores que atuam na liga. Acredito que, este ano, os jogos contra o Al-Nassr vão gerar muita atenção", nota o jogador.
Fábio Martins regressa à Arábia Saudita depois de uma experiência nos Emirados Árabes Unidos. Numa primeira passagem esteve no Al-Shabab (2020/2021). "Os clubes têm algumas condições, não iguais ou parecidas com as da Europa, são diferentes. Mas têm vindo a melhorar. Acredito que a chegada de vários estrangeiros como nome têm ajudado a entender como funciona o futebol fora daqui, como devem ser as condições dos campos de treino ou dos ginásios".
Para além de Pedro Emanuel (treinador de Fábio Martins no Al Khaleej), há Pêpa (Al-Tai), Rudi Garcia (Al Nassr), Vicente Moreno (Al-Shabab), Nuno Espírito Santo (Al-Ittihad Jeddah), Ramón Díaz (Al Hilal) entre outros técnicos numa liga onde todos os treinadores das 16 equipas são estrangeiros. Equipas técnicas que acrescentam nível competitivo e levam para o torneio saudita novas práticas.
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"Quanto aos hábitos, há aqui algo que não se verifica na Europa. Os clubes treinam à tarde, ao contrário do que acontece em Portugal. Só essa diferença já é significativa. Mas quando falamos de estágios e dos períodos que antecedem os jogos, as condições são iguais às da Europa", explica Fábio Martins.
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"As equipas são muito competitivas, é tudo muito equilibrado apesar de ter três, quatro ou cinco conjuntos que são candidatos e que, normalmente, lutam pelo título. Mas é difícil prever resultados". Um grau de incerteza que pode aumentar o interesse para quem vai descobrir nos próximos meses este campeonato.
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"Já sabemos que o primeiro classificado não vai ganhar facilmente. Taticamente não são equipas tão dotadas como no futebol da Europa, porque não existe uma formação tão boa. Tentam ser organizados taticamente procurando jogar mais em transição. As equipas maiores procuram assumir o jogo, um pouco como acontece em Portugal", descreve o jogador portuguêsd e 29 anos.
Talisca, antigo jogador do Benfica, Matheus Pereira (ex-Sporting), Pity Martinez (formado no River Plate), Aboubakar ou Marega (ex-FC Porto), Santi Mina, Hélder Costa, Grzegorz Krychowiak ou Carlos Júnior (passagem pelo Santa Clara) e Michael e Cuellar (estiveram com Jorge Jesus no Flamengo) são outros nomes próprios do novo campeonato de Cristiano Ronaldo.
"Uma particularidade é que os jogos a partir dos 60 ou 70 minutos ficam muito partidos, abrindo espaços para os avançados e para os médios. É nessa fase que surgem muitos golos", nota o jogador português". A principal liga saudita é, por isso, terreno profícuo para os mais habilidosos. Fábio Martins é um dos exemplos, mas há outros nomes conhecidos da realidade europeia e portuguesa.