FC Porto desmente FPF sobre energia do VAR e atribui culpas aos técnicos da Altice
Dragões garantem que a tomada elétrica a que o VAR estava ligado tinha energia e uma fonte de alimentação de emergência e alegam que o cabo não foi ligado ao equipamento de videoarbitragem que, assim, funcionou a bateria durante todo o jogo.
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O FC Porto descartou esta segunda-feira responsabilidades na falha do sistema de videoárbitro utilizado no estádio do Dragão no jogo contra o Arouca e nega que a tomada elétrica a que o equipamento estava ligado não tivesse energia, como alegou esta manhã a Federação Portuguesa de Futebol (FPF), atribuindo culpas pela falha de alimentação do sistema aos técnicos da Altice que fizeram a ligação entre o quadro elétrico e a cabine do VAR.
"Não corresponde à verdade que a tomada elétrica disponível na zona de revisão do estádio não possuísse energia socorrida", garantem em comunicado os dragões, que assinalam que a tomada em questão "possui fonte de alimentação UPS (Uninterrupted Power Supply)", um equipamento que armazena energia e garante alimentação de reserva em caso de falha elétrica.
Além desta especificidade técnica, os dragões adiantam ainda que a tomada em questão "possui uma chave específica que garante que a mesma só é utilizada para o sistema VAR".
Esta manhã, o Conselho de Arbitragem (CA) da Federação Portuguesa de Futebol revelava que, após análise, os técnicos "concluíram que a única tomada elétrica disponível na área de revisão do estádio não tinha corrente elétrica e que ao longo do jogo o sistema de energia de reserva - também conhecido como UPS - esgotou-se".
O CA assinalava que essa mesma tomada "não possui energia socorrida ou assistida" e, por isso, foi necessário mudar os equipamentos do VAR "para o segundo sistema de energia de reserva (UPS), tendo o serviço sido completamente restabelecido ao minuto 101".
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O FC Porto não só nega esta argumentação, como acrescenta que, junto da tomada elétrica em questão, há "um outro quadro elétrico com outra tomada disponível para utilização" e publica uma imagem do local. "Acresce, ainda, que não foram detetadas quaisquer falhas de energia no decorrer do jogo (antes, durante ou após o mesmo)", lê-se.
Quanto a responsabilidades, os dragões apontam que a sua "se esgota na disponibilização de uma fonte de energia para que os técnicos da Altice, contratados pela FPF, aí conectem o cabo de alimentação destinado aos equipamentos do VAR, o que aconteceu, sendo que toda a responsabilidade de montagem do sistema e ligação de cabos é daqueles profissionais".
Para os dragões, apesar de o cabo em questão ter sido ligado à fonte de energia do estádio, "não foi conectado aos equipamentos do VAR, levando a que o sistema tenha estado a funcionar suportado por baterias desde o início do jogo", algo que terá, segundo o FC Porto, sido "reconhecido pelos próprios técnicos da Altice quando substituíram o equipamento, tendo este passado a estar suportado pela energia do estádio".
Os dragões concluem então que, não tendo existido "qualquer falha de energia" - e porque esta "não desaparece de um momento para o outro" -, o cabo do primeiro equipamento do VAR, embora ligado à energia do estádio, "nunca esteve ligado no destino ao equipamento do VAR por erro técnico".
Assim, segundo a argumentação portista, o equipamento esteve a funcionar a partir da energia fornecida pela UPS durante todo o jogo e, quando esta se esgotou, desligou-se.
Devido a esta falha dos equipamentos, o árbitro Miguel Nogueira teve de recorrer a um telemóvel para avaliar um lance de possível grande penalidade sobre Mehdi Taremi, que assinalou, tendo revertido a decisão sem rever as imagens do lance ocorrido aos 90+6 minutos.
A falha de comunicações e vídeo na área de revisão do árbitro tinha começado ao minuto 87 e durou 14 minutos, sendo retomada aos 101' do jogo com o Arouca.