O antigo selecionador português, Luiz Felipe Scolari, revelou que foi o presidente do FC Porto, em 2003, que o aconselhou a afastar o guarda-redes Vítor Baía das convocatórias da equipa das "quinas".
Corpo do artigo
«Disseram-me que o Vítor Baía não estava mais nos planos do FC Porto, que não jogaria mais e que estava em conflito com o seu treinador e com a direção. Foi o presidente do FC Porto, Pinto da Costa, que me disse isto. A partir daí passei a olhar com outros olhos para o Vítor Baía», afirmou Luiz Felipe Scolari em entrevista à RTP.
«Na federação também ouvi umas histórias sobre o balneário, sobre comando, sobre liderança e a partir daí decidi que não iria convocá-lo nunca mais», explicou.
O técnico brasileiro contou que Pinto da Costa tinha uma «grande influência» nas escolhas dos jogadores para representar a seleção portuguesa e que isso acabou por ser a razão da relação conturbada que teve com o presidente do FC Porto, nos cincos anos e meio que orientou Portugal.
«Ele pode opinar sobre um ou outro jogador, ele pode numa conversa muito interessante com o presidente da Federação sugerir a ideia de jogar aqui ou jogar lá. Senti muita destas influências e por isso tive esta rixa. Foi uma rixa que acabou a partir do momento em que saí da seleção», disse Scolari.
O agora treinador do Palmeiras considerou que em Portugal foi vítima que «discriminação» no episódio com Dragutinovic, em que terá agredido o defesa sérvio após um encontro de qualificação para a fase final do Euro2008.
«Foi o pior momento que tive porque algumas pessoas entenderam que foi um gesto de agressão, um gesto que Portugal não estava acostumado. Houve um pouco de discriminação. Fui defender o menino, o Quaresma», referiu.
A derrota frente à Grécia na final do Euro2004 também deixou "marcas" em Scolari, que classifica esse momento como «um dos piores» da sua carreira.
Sobre a participação da seleção lusa no próximo Europeu, que arranca a 8 de junho na Polónia e Ucrânia, o treinador brasileiro Portugal considerou que Portugal tem condições para chegar às meias-finais e valorizou o trabalho de Paulo Bento.
«Portugal pode chegar bem longe e ficar entre os quatro finalistas. O trabalho do Paulo Bento tem sido muito bom. Quando pegou na seleção estava difícil e hoje tem uma equipa equilibrada e boa», disse.
Aos 63 anos, Luiz Felipe Scolari tenciona terminar a sua carreira de treinador em 2014 e só irá regressar a Portugal como «turista».