Rui Patrício descreve o ataque na Academia de Alcochete. "Senti que podia não sair dali com vida." Leia a carta de rescisão na íntegra.
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LEIA AQUI NA ÍNTEGRA A CARTA DE RESCISÃO DE RUI PATRÍCIO
Rui Patrício diz que Gelson foi avisado do ataque à Academia do Sporting em Alcobhete, mas o colega só viu a mensagem depois das agressões.
"Gelson reparou, já depois de terminado o ataque, que tinha recebido uma mensagem de um adepto, seu conhecido e da claque, a avisar que os agressores estavam a chegar para fazer merda."
Na carta de rescisão que esta manhã remeteu à SAD de Alvalade, Rui Patrício descreve a sequência de eventos do ataque em Alcochete, depois de 40 encapuçados terem "barricado os jogadores no balneário".
"A memória que tenho mais nítida é a de que estava no balneário e ouvi um barulho no corredor, quando de repente aparecem pessoas a gritar, com a cara tapada. Primeiro mandaram tochas para dentro do balneário, depois entraram e começaram a agredir jogadores e a ameaçar."
"Eu estava perto do William, quando uma pessoa agride o William, eu meto-me à frente para o separar do William, e ele agarra-me o braço e tenta torcê-lo e meter atrás das costas e a empurrar-me. Consegui tirar o braço, depois veio outro e para a minha frente, quando diz 'queres ir-te embora filho da puta', 'partimos-te a boca toda' e faz o gesto como se me fosse agredir, depois aparece o Salin e afasta-o."
"Tememos todos pela nossa vida. A partir de determinada altura, o descontrolo era tal que senti que podia não sair dali com vida!"
Rui Patrício considera "que o referido ataque na Academia não foi uma conduta isolada e imprevisível que pudesse escapar à capacidade de previsão dos dirigentes da SAD" e estranha a "antecipação do treino" de quarta para terça-feira.
Diz ainda que as condições de segurança não foram reforçadas e parecem mesmo ter sido, "pelo menos, aligeiradas".