A Liga Portuguesa de Futebol Profissional encerrou hoje os serviços, para evitar uma tentativa de "golpe de estado" e assegurar a «segurança», dada a intenção de ser realizada uma Assembleia Geral à revelia do organismo.
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Na quarta-feira, o presidente da Mesa da Assembleia Geral (AG) da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Carlos Deus Pereira, notificou todos os associados de que a solicitação de uma AG para 4 de abril, apresentado por Académica, Belenenses, FC Porto, Vitória de Guimarães, Estoril-Praia, Sporting de Braga e Tondela, «é ilegal e violadora dos estatutos da agremiação».
«Não obstante tal determinação, que não foi impugnada nos termos próprios, os clubes convocantes dessa AG fizeram anunciar, através de fax recebido a 3 de abril pelas 18:59, o seu propósito de nesse dia 4 de abril comparecer na sede da Liga a fim de realizarem a AG, essa mesma cuja realização fora declarada ilegítima e sem efeito por decisão do presidente da Mesa da AG da LPFP», pode ler-se em comunicado divulgado no site oficial do organismo na Internet.
A LPFP reconhece que «os clubes convocantes têm o direito de discordar das decisões do presidente da Mesa da AG da LPFP, e discordando podem impugná-las nas instâncias competentes».
«O que manifestamente não podem é, substituindo-se às instâncias competentes, impor pela força da ação direta aquilo que só o direito e a legalidade podem legitimar. Vivemos num estado de direito e sob o império da lei, o que não é conciliável com tentativas de "golpe de estado"», acrescenta a LPFP.
Esta foi a quarta vez que um grupo de clubes apresentou um requerimento para a marcação de AG extraordinárias para a destituição de Mário Figueiredo.
Os dois primeiros pedidos foram chumbados pelo facto de a maioria dos requerentes não preencher as condições necessárias para a subscrição do pedido, o terceiro por considerar que não cabia ao presidente da Mesa da AG «decidir se existe ou não justa causa para destituir o presidente da LPFP, ainda que a ausência de justa causa seja patente» e o mais recente, sobre a AG solicitada para hoje, por considerar «ilegal e violadora dos estatutos da agremiação».
«Antevendo-se, em face da intenção anunciada pelos clubes convocantes, a probabilidade séria de ameaça à segurança de pessoas e bens, e no intuito de salvaguardar o bom nome e honorabilidade desta instituição, determinou a Comissão Executiva o encerramento da LPFP no dia 4 de abril de 2014 a partir das 10:30», sublinhou o organismo, acrescentando que «o termo do prazo para a prática de atos» é transferido para segunda-feira.