A Liga Portugal espera que a campanha de vacinação contra a Covid-19 permita abrir os estádios ao público já no início do ano, em janeiro, e reclama ao Governo a falta de medidas para atenuar prejuízos de 276 milhões de euros.
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A Liga Portugal quer ter público nas bancadas dos estádios já em janeiro, admitiu Sónia Carneiro, diretora executiva da Liga Portugal, entrevistada no Fórum TSF. A responsável revelou que a Liga tem mantido conversações com as autoridades de saúde locais e com a DGS, e espera que o arranque da campanha de vacinação permita abrir as portas dos estádios.
"Neste momento não temos indicações, mas, com a vacina já a começar a ser administrada, nós acreditamos que as medidas vão começar a permitir que nós paulatinamente possamos ter público nos estádios, e que aconteça isso já a partir de janeiro", afirmou Sónia Carneiro, ainda esta manhã.
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A Liga Portugal também pede mais apoio do Governo, e defende que o futebol profissional é uma atividade económica que tem de ser retomada e apoiada, pelo que deveria estar incluído no pacote de ajuda financeira que vai chegar da União Europeia. "O futebol profissional representa 10,3% do PIB", argumenta a representante da Liga Portugal, que elenca ainda os 276 milhões de euros de prejuízo em 2020 no setor, devido à ausência de público, diminuição dos patrocínios, falta de merchandising e de quotas associativas, um impacto que descreve como "idêntico à de uma grande atividade económica deste país".
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Também ouvido no Fórum TSF, José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal, acusou o Governo de não ter dado apoio ao desporto durante a pandemia. "Enquanto na realidade de outros países europeus, houve respostas políticas, designadamente financeiras, para amenizar o efeito decorrente da paralisação das atividades, em Portugal, até à presente data, ainda não foi encontrada nenhuma solução política para ajudar a amenizar os efeitos", fundamentou.
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O presidente do Comité Olímpico de Portugal diz não entender a proibição de público nos eventos desportivos neste momento, e considera que uma "medida de natureza drástica e tão severa" não faz sentido.
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"Do nosso ponto de vista, seria possível, em algumas modalidades desportivas e em alguns espetáculos desportivos, criar condições adequadas de segurança para que pudesse ter algum público", analisa José Manuel Constantino. "Foram feitas algumas experiências, incluindo experiências no futebol, que correram bem. A única coisa que não correu bem foi entregar a organização de um evento desportivo a uma entidade de natureza não federativa."
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