De acordo com a procuradora do MP, o único crime não provado foi o de sabotagem informática à SAD do Sporting.
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O Ministério Público (MP) pediu esta quarta-feira a condenação a pena de prisão de Rui Pinto, criador da plataforma eletrónica Football Leaks, por 89 dos 90 crimes de que está acusado no processo.
Nas alegações finais do processo Football Leaks, que começou em 04 de setembro de 2020, Marta Viegas, procuradora do Ministério Púbico (MP), considerou que o único crime não provado foi o de sabotagem informática à SAD do Sporting.
No entender do MP, os acessos ilegítimos de Rui Pinto a contas de email de trabalhadores do Sporting, entre os quais Bruno de Carvalho, ex-presidente, e Jorge Jesus, antigo treinador da equipa de futebol, "não foram o motivo da queda do sistema, que já se encontrava em baixo".
Em declarações aos jornalistas, à saída do Campus de Justiça, em Lisboa, o advogado Aníbal Pinto defendeu que Rui Pinto "vai ser absolvido do crime de extorsão na forma tentada". "Lamento que a senhora procuradora não tenha tido o cuidado de responder à desistência de Rui Pinto", referiu.
"A ação do arguido não teve então o efeito expresso na acusação", referiu Marta Viegas, entendo que, por esse motivo, não se verificou o crime de sabotagem informática à SAD do Sporting, tal como estava indicado na acusação.
Marta Viegas considerou também provado que o outro arguido do processo, o advogado Aníbal Pinto, deve ser condenado pelo crime de extorsão na forma tentada, pelo qual está acusado.
Rui Pinto, de 34 anos, responde por um total de 90 crimes: 68 de acesso indevido, 14 de violação de correspondência, seis de acesso ilegítimo, visando entidades como o Sporting, a Doyen, a sociedade de advogados PLMJ, a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Procuradoria-Geral da República (PGR), e ainda por sabotagem informática à SAD do Sporting e por extorsão, na forma tentada. Este último crime diz respeito à Doyen e foi o que levou também à pronúncia do advogado Aníbal Pinto.
Francisco Teixeira da Mota, advogado de defesa de Rui Pinto, revela não ter ficado surpreendido pelo pedido do Ministério Público.
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"Não fiquei surpreendido com nada. Nada, nada, nada. Porque uma pessoa quando vem a um julgamento tem de pôr as várias hipóteses de alegações, se as alegações vão apontar mais num ou noutro sentido. Nas minhas alegações certamente que também me debruçarei sobre alguns aspetos aqui referidos. É o normal", disse.
* Notícia atualizada às 16h24