"Surpreende-me." Ana Gomes espera mudança na decisão do Ministério Público no caso Rui Pinto
A antiga embaixadora acredita que a colaboração do pirata informático com as autoridades tem de ser levada em conta na hora de condenar ou absolver Rui Pinto.
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Após a decisão de o Ministério Público, que pediu a condenação a pena de prisão de Rui Pinto, criador da plataforma eletrónica Football Leaks, por 89 dos 90 crimes de que está acusado, Ana Gomes considera que o tribunal não pode esquecer o apoio do arguido às autoridades, não só portuguesas como internacionais.
"Que o Ministério Público ignore o que é a Doyen e as acusações que faz ao Rui Pinto na base dos prejuízos que a Doyen possa ter, surpreende-me e preocupa-me, mas confio na justiça", afirmou a ex-deputada no Parlamento Europeu.
A antiga embaixadora, que tem defendido publicamente o pirata informático, diz que a colaboração do pirata informático com as autoridades tem de ser levada em conta na hora de condenar ou absolver Rui Pinto.
"Uma coisa é a posição do Ministério Público, mas outra coisa é a decisão que os juízes vão tomar depois de ouvir as alegações da defesa e a colaboração que o Rui Pinto está a dar", concluiu.
O Ministério Público (MP) pediu esta quarta-feira a condenação a pena de prisão de Rui Pinto, criador da plataforma eletrónica Football Leaks, por 89 dos 90 crimes de que está acusado no processo.
Nas alegações finais do processo Football Leaks, que começou em 4 de setembro de 2020, Marta Viegas, procuradora do Ministério Púbico, considerou que o único crime não provado foi o de sabotagem informática à SAD do Sporting.
No entender do MP, os acessos ilegítimos de Rui Pinto a contas de email de trabalhadores do Sporting, entre os quais Bruno de Carvalho, ex-presidente, e Jorge Jesus, antigo treinador da equipa de futebol, "não foram o motivo da queda do sistema, que já se encontrava em baixo".