Muita água, poucos exageros, nenhum recorde: calor preocupa organização da maratona de Lisboa
Com 35 ºC de temperatura máxima previstos para Lisboa no domingo, a organização apela aos atletas que conheçam os seus limites e não exagerem.
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A maratona de Lisboa pode até ser só no próximo domingo, 8 de outubro, mas os avisos começam já: com a cidade de Lisboa sob aviso amarelo devido ao calor entre sexta-feira e sábado, e as previsões para o dia seguinte a atingirem os 35 ºC, a organização não quer ninguém a correr riscos desnecessários.
O dia "não é para bater recordes" e o melhor será mesmo ouvir e respeitar o corpo, hidratando-o ao longo dos 42, 21 ou oito km das corridas do dia. Nessa senda, a organização vai começar a enviar todos os dias aos participantes inscritos SMS em que avisa para o tempo quente que se fará sentir.
Em declarações à TSF, o presidente do Maratona Clube de Portugal, Carlos Moia, reconheceu que os organizadores estão "apreensivos e naturalmente preocupados" com o que se adivinha ser um dia "quente, muito quente". Os corredores terão de ter especial cuidados com os abastecimentos de água, sendo que o conselho é, para já, o de os "fazer todos".
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"Na maratona, de 2,5 em 2,5 km há abastecimento, na meia maratona também", e para já o principal problema encontrado pela organização é a ponte Vasco da Gama, por onde passa a prova de meia distância e cujos participantes não vão poder receber garrafas de água, por questões ambientais, para não irem parar ao rio.
"Só no fim da ponte é que podemos dar e daremos água, naturalmente, mas estarão dois carros dos bombeiros na ponte a molhar os atletas e a tentar ajudar", um esforço que Carlos Moia descreve como a tomada de "todas as provisões possíveis".
A saída da prova está marcada para as 10h30 e já não é possível mudá-la para uma hora mais cedo "porque está a televisão, o policiamento e tudo preparado e feito" para a hora combinada.
De resto, cabe a cada atleta ouvir o seu corpo e respeitar o treino que se fez, mas sobretudo "quando sentir que quando o corpo pede para andar mais devagar, se vá mais devagar". Resumindo, "não é dia para exageros".
Cancelamento está fora de hipótese
O organizador não se recorda de um dia de maratona "com alerta amarelo", mas que esteja "bastante calor" já não é propriamente novidade. Só que a vida e o clima pregam partidas e sinal disso é a preocupação original desta maratona: "Achávamos que se calhar ia ser difícil ter atletas porque se calhar chovia e estava frio. Neste momento acontecem estas situações que nos ultrapassam a todos."
Além das provas de maratona, meia maratona e corrida de oito quilómetros, todas no domingo, há duas provas ainda no sábado: a caminhada das famílias e a corrida nova geração.
Para já, o cancelamento das provas não está em cima da mesa, mas a organização "mantém-se em contacto com a Proteção Civil".
Já o futuro mais longínquo, em especial se pode vir a ser preciso mudar as datas habituais da prova, torna-se mais difícil de prever e até arranca uma gargalhada a Carlos Moia: "Há cheias por todo o lado quando não devia haver, há calor em outubro e com um final de setembro melhor do que o início para quem tirou férias... Não conseguimos prever, em março temos sempre a meia maratona e normalmente o tempo é fresco. Mas já temos tido dias de muito calor e até já tivemos um ciclone", recorda.
Correr e saber quando o fazer pode, assim, ficar nas mãos da mãe natureza.